Café: Dólar e previsão do tempo no Brasil dão suporte para altas em NY nesta 5ª feira
As cotações futuras do café arábica encerraram a sessão desta quinta-feira (25) com alta de mais de 100 pontos na Bolsa de Nova York (ICE Futures US). O mercado externo reverteu as perdas da véspera em dia de desvalorização do dólar ante o real e previsão do tempo no Brasil.
O vencimento maio/19 encerrou a sessão com alta de 160 pontos, a 92,05 cents/lb e o julho/19 anotou 93,35 cents/lb com 100 pontos de valorização. Já os lotes para setembro/19 avançaram 95 pontos, a 95,75 cents/lb e o dezembro/19 registrou 99,50 cents/lb com 95 pontos positivos.
Com a alta registrada na sessão desta quinta-feira, o mercado externo do café árabica reverte as perdas da véspera e consegue se manter acima do importante patamar de 90 cents/lb. Na máxima da sessão, os futuros chegaram a 94,00 cents/lb e na mínima atingiram 91,33 cents/lb.
O câmbio foi o principal fator de suporte aos preços do arábica. Às 16h33, após o fechamento do mercado na Bolsa de Nova York, o dólar comercial recuava 0,72%, cotado a R$ 3,957 na venda, repercutindo o cenário internacional e à espera do andamento da reforma da Previdência no Brasil.
"O café arábica está mais alto hoje depois que o real se recuperou de uma baixa de quatro semanas em relação ao dólar e subiu. Um real mais forte desestimula as exportações de café do Brasil", destacou o site internacional Barchart em referência ao comportamento do mercado.
Além do câmbio, os futuros do arábica também ganharam suporte da previsão do tempo, que aponta o retorno das chuvas para áreas produtoras do país nos próximos dias. Segundo o Barchart, as precipitações acima da média nas áreas brasileiras podem atrasar a colheita do arábica.
A colheita da temporada 2019/20 já começou no Brasil para o arábica e robusta. "Apesar do adiantamento das atividades neste ano, o volume da temporada 2018/19 disponível no mercado ainda é significativo, segundo indicam colaboradores do Cepea", informou Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada).
Apesar da alta, analistas ainda ponderam pontos em que operadores e fundos já estiram atentos nas últimas sessões quando baixas históricas foram vistas. "O mercado está preocupado com grandes suprimentos, especialmente no Brasil e a baixa demanda", diz o vice-presidente da Price Futures Group, Jack Scoville.
Mercado interno
O mercado brasileiro de café segue lento, mas os preços reagiram no dia, com o tipo 6 duro se aproximando de R$ 390,00 a saca, e alguns negócios passaram a ser vistos. "Alguns negócios de cafés remanescentes, inclusive, foram realizados nas últimas semanas, conforme a necessidade de caixa dos produtores", destacou em nota o Cepea.
O café tipo cereja descascado registrou maior valor em Poços de Caldas (MG) com saca a R$ 417,00 – estável. As maiores oscilações no dia foram em Varginha (MG) e Franca (SP), ambas com saca a R$ 400,00 e alta de 1,27%.
O tipo 4/5 registrou maior valor de negociação em Franca (SP) com saca a R$ 395,00 e alta de 1,28%. A maior oscilação no dia foi registrada em Varginha (MG) com alta de 1,32% e saca a R$ 385,00.
O tipo 6 duro registrou maior valor de negociação em Araguari (MG) (estável) e Franca (SP) (+1,30%), ambas com saca a R$ 390,00. A maior oscilação no dia ocorreu em Varginha (MG) e Média Rio Grande do Sul, ambas com alta de 1,33% e saca a R$ 380,00.
Na quarta-feira (24), o Indicador CEPEA/ESALQ do arábica tipo 6, bebida dura para melhor, teve a saca de 60 kg cotada a R$ 384,41 e alta de 0,02%.
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