Café: Mercado em NY negocia o excesso de oferta e maio/19 cai para 96 cents/lb
As cotações futuras do café arábica na Bolsa de Nova York (ICE Futures US) encerraram a sessão desta terça-feira (12) com queda de mais de 100 pontos. Segundo informações obtidas pelo Notícias Agrícolas, o mercado chegou a testar valorização, mas a oferta seguiu pressionando os preços.
O vencimento maio/19 encerrou a sessão com queda de 120 pontos, a 96,00 cents/lb e o julho/19 anotou 98,75 cents/lb com baixa de 125 pontos. O setembro/19 anotou 101,55 cents/lb com recuo de 125 pontos e o dezembro/19 registrou 105,45 cents/lb com desvalorização de 120 pontos.
Depois de iniciar o dia com leve alta em movimento de ajustes ante a desvalorização na véspera, o mercado do arábica concluiu a sessão desta terça-feira em baixa de mais de 100 pontos. Seguiu dando pressão aos preços externos as informações otimistas da oferta.
"Especuladores estão mantendo a pressão em Nova York, já que temem grandes estoques de arábica com demanda insuficiente. As grandes exportações, conforme relatado pela OIC, no Brasil durante toda a temporada, apontam bom suprimento", disse Jack Scoville, vice-presidente da Price Futures Group.
Na segunda-feira, a empresa Volcafe estimou que a safra 2019/20 de café do Brasil poderá atingir 55,4 milhões de sacas de 60 kg. O número chega a ficar acima da estimativa da Conab (Companhia Nacional de Abastecimento), de 54,5 milhões de sacas.
O Rabobank, um dos principais bancos especializados de commodities, anunciou na semana passada que a safra 2019/20 de café do Brasil poderia atingir 57,6 milhões de sacas. O dado também fica acima do que os estimados pela Conab.
A safra brasileira está em desenvolvimento neste momento e será de bienalidade negativa para a maioria das lavouras. Chuvas retornaram nos últimos dias no cinturão produtivo, mas alguns produtores acreditam que perdas já foram consolidadas em algumas propriedades.
Mercado interno
Os negócios com café seguem isolados no mercado brasileiro mesmo com avanços recentes em algumas praças de comercialização. Um levantamento da CNA (Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil) apontou que a margem do cafeicultor brasileiro está negativa, em média, em R$ 30,00 por saca.
"Registramos que as margens estão muito estreitas para o produtor de café, em diversas praças. Os custos chegam a oscilar entre R$ 347,00 a até R$ 510,00 por saca, dependendo da tecnologia", disse em entrevista ao Notícias Agrícolas Maciel Silva, assessor técnico da Comissão Nacional de Café da CNA.
O café tipo cereja descascado registrou maior valor em Poços de Caldas (MG) com saca a R$ 426,00 – estável. A maior oscilação no dia ocorreu em Varginha (MG) com queda de 3,57% e saca a R$ 405,00.
O tipo 4/5 registrou maior valor de negociação em Franca (SP) com saca a R$ 405,00 – estável. A oscilação mais expressiva ocorreu em Varginha (MG) com recuo de 3,70% e saca a R$ 390,00.
O tipo 6 duro registrou maior valor de negociação em Vitória (ES) com saca a R$ 442,00 - estável. A oscilação mais expressiva foi registrada em Lajinha (MG) com recuo de 5,13% e saca a R$ 370,00.
Na segunda-feira (11), o Indicador CEPEA/ESALQ do arábica tipo 6, bebida dura para melhor, teve a saca de 60 kg cotada a R$ 401,91 e baixa de 0,29%.
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