Bioeletricidade é a terceira fonte mais importante no Brasil
A bioletricidade fechou 2018 como a terceira fonte mais importante na Oferta Interna de Energia Elétrica (OIEE) no país, quase empatando com o gás natural. A informação é do Boletim Mensal de Energia – referente a dezembro/2018 – divulgado nesta terça-feira (7) pelo Ministério de Minas e Energia (MME).
De acordo com a publicação, em 2018, a OIEE foi estimada em 632,1 TWh, mostrando um aumento de 1,3% sobre 2017. A geração hídrica permanece na liderança com 67% do total da OIEE, seguida pelo gás natural com 8,5%. A fonte biomassa gerou 52,5 TWh, incluindo a geração destinada ao autoconsumo, representando 8,3% de toda a oferta interna. Embora a fonte eólica continue aumentando sua participação, ainda ficou na 4ª posição, representando 7,7% da OIEE em 2018.
No ano passado, do total de bioeletricidade ofertada para a rede, 82% foram produzidos a partir da biomassa disponível no setor sucroenergético brasileiro.
Para o gerente em Bioeletricidade da União da Indústria de Cana-de-Açúcar (UNICA), Zilmar Souza, o relatório mostra como a bioeletricidade é estratégica para o setor elétrico brasileiro. “Em 2018, a produção de bioeletricidade significou 54% da geração total da Usina Itaipu, a segunda maior hidrelétrica do mundo em geração, superada apenas pela produção da usina chinesa de Três Gargantas.”
Em 2018, segundo o gerente, o desempenho poderia ter sido muito melhor, pois a geração de bioeletricidade da cana-de-açúcar para a rede foi prejudicada pela judicialização do Mercado de Curto Prazo no setor elétrico, fato que se arrasta desde 2015 e pela falta de ajustes na metodologia de revisão da garantia física das usinas à biomassa, variável que determina a quantidade máxima de energia que uma usina pode comercializar no mercado
“Recentemente, apresentamos propostas ao Ministério de Minas e Energia para melhorar esta questão da garantia física e estamos aguardando a avaliação. Acreditamos que resolvendo a judicialização no Mercado de Curto Prazo e com a definição de uma garantia física mais aderente às usinas, a bioeletricidade tenha capacidade para produzir 20% ou mais nas próximas safras, sem aumentar a capacidade instalada, apenas maximizando as possibilidades de geração com a biomassa própria e de terceiros”, avalia Souza.
Ano passado, 63% de toda a bioeletricidade sucroenergética ofertada para a rede ocorreu nos meses em que as contas de luz tiveram a chamada bandeira tarifária vermelha, no seu patamar mais elevado da cobrança extra, indicando como é estratégico estimular essa geração renovável e sustentável para o setor elétrico brasileiro.
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