Café: Otimismo com oferta volta a pesar e Bolsa de Nova York cai cerca de 100 pts nesta 4ª feira
Os contratos futuros do café arábica na Bolsa de Nova York (ICE Futures US) encerraram a sessão desta quarta-feira (06) com queda de cerca de 100 pontos. O mercado externo passou por movimentos técnicos, mas também sentiu a pressão do dólar no dia e informações sobre a oferta.
O vencimento maio/19 registrou queda de 95 pontos, cotado a 98,70 cents/lb, e o julho/19 anotou baixa de 100 pontos, a 101,30 cents/lb. O contrato setembro/19 registrou 95 pontos negativos, a 104,00 cents/lb e o dezembro/19 teve desvalorização de 95 pontos, a 107,80 cents/lb.
O mercado na ICE veio de valorização na véspera. No entanto, desde o início dos trabalhos desta quarta-feira, os preços caem seguindo a trajetória baixista dos últimos dias, quando se aproximou de mínimas de mais de 10 anos. Mas outros fatores também pesaram sobre os preços.
O dólar comercial encerrou a sessão desta quarta-feira com alta de 1,47%, cotado a R$ 3,8358 na venda, com investidores ajustando posições diante do retorno do Carnaval. A moeda estrangeira mais alta tende a encorajar as exportações, mas em compensação pesa sobre os preços externos.
"Não vemos relação com nada interno, até houve muitas notícias. Mas o mercado continua olhando para Previdência", disse para a agência Reuters o analista de câmbio da Correparti Corretora, Ricardo Gomes da Silva Filho.
Do lado fundamental, também pesou sobre os preços informações da oferta. Operadores acompanham atentamente as recentes chuvas sobre o cinturão produtivo de café do Brasil. A safra 2019/20 do país está em desenvolvimento e no mês de janeiro altas temperaturas e baixos volumes foram registrados.
O site internacional Barchart destacou que o otimismo do mercado com a oferta de café também se elevou depois e o Rabobank, um dos principais bancos especializados de commodities, anunciou que a safra 2019/20 de café do Brasil pode atingir 57,6 milhões de sacas.
Divulgações da Colômbia também repercutiram no dia. A Federação de cafeicultores do país apontou aumento de 14,4% nas exportações em fevereiro e um salto de 2,5% na colheita do primeiro bimestre de 2019. Na semana passada, as altas exportações do Brasil também pesaram sobre as cotações.
Leia mais:
» Exportações de café da Colômbia sobem 14,4% em fevereiro
» Café: Colheita da Colômbia cresce 2,5% no primeiro bimestre de 2019
Mercado interno
Os negócios com café arábica foram retomados em algumas praças de comercialização nesta quarta-feira pós-Carnaval. No entanto, o ritmo segue baixo com preços aquém das expectativas dos produtores. O mercado externo segue pressionando as cotações físicas do café pelo país.
"Os cafeicultores mostram desânimo com esse quadro de preços em baixa, custos em alta e clima irregular nesta época de crescimento dos frutos. Em muitas regiões produtoras, a safra já naturalmente de ciclo baixo vai ser menor ainda", destacou em boletim o Escritório Carvalhaes.
O café tipo cereja descascado registrou maior valor em Guaxupé (MG) com saca a R$ 433,00 e alta de 2,36%. Foi a maior oscilação no dia dentre as praças.
O tipo 4/5 registrou maior valor de negociação em Franca (SP) com saca a R$ 405,00 – estável. A maior oscilação no dia foi em Poços de Caldas (MG) com alta de 0,50% e saca a R$ 402,00.
O tipo 6 duro registrou maior valor de negociação em Vitória (ES) com saca a R$ 442,00 - estável. A oscilação mais expressiva ocorreu em Guaxupé (MG) com alta de 2,53% e saca a R$ 406,00.
Na sexta-feira (01), o Indicador CEPEA/ESALQ do arábica tipo 6, bebida dura para melhor, teve a saca de 60 kg cotada a R$ 398,43 e alta de 0,44%.
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