Café arábica reage após mínimas de 5 meses em NY, com altas de mais de 200 pts
As cotações futuras do café arábica na Bolsa de Nova York (ICE Futures US) encerraram esta quarta-feira (27) com alta de mais de 200 pontos. O mercado externo se recuperou das mínimas de cinco meses com suporte do câmbio e em ajustes.
O vencimento março/19 teve alta de 215 pontos, a 95,70 cents/lb e o maio/19 anotou 98,95 cents/lb com 215 pontos de avanço. Já o contrato julho/19 registrou 210 pontos de positivos, a 101,70 cents/lb e o setembro/19 subiu 210 pontos, a 104,50 cents/lb.
Depois da queda de mais de 300 pontos na véspera acompanhando as chuvas no Brasil e câmbio, o mercado do arábica teve um dia de acomodação nesta quarta-feira, mas os principais vencimentos ainda seguiram abaixo do patamar de US$ 1 por libra-peso.
Além das movimentações técnicas, os futuros da variedade também tiveram suporte na sessão das oscilações do dólar ante o real, o que acabou gerando uma cobertura de posições vendidas, segundo reportado pelo site internacional Barchart em seu boletim matinal.
"A força do real em relação ao dólar desencoraja as exportações dos produtores de café do Brasil", destacou o site internacional. O Brasil é o maior produtor e exportador de café do mundo, com colheita recorde de cerca de 60 milhões de sacas na safra 2018/19.
Às 17h23, o dólar comercial registrava queda de 0,38%, a R$ 3,730 na venda, com o mercado acompanhando as novidades sobre a reforma da Previdência e o cenário externo. Segundo a Reuters, a formação do Ptax de final de mês e cautela pré-Carnaval também pesaram.
Operadores externos seguem atentos às informações sobre a safra brasileira, apesar de não haver repercussão sobre os preços nesta quarta-feira. A Cooxupé (Cooperativa dos Cafeicultores de Guaxupé) disse para a Reuters que a colheita em sua área deve começar mais cedo neste ano.
"A temperatura muito alta em janeiro pode comprometer a produção de 2019. Com esse calor, vai ter de adiantar a colheita, porque o grão amadurece mais rápido", disse para a agência de notícias Carlos Paulino da Costa, presidente da Cooxupé.
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Mercado interno
O mercado brasileiro de café segue com negócios isolados. Nesta quarta-feira, apesar dos avanços externos, os preços físicos não reagiram tanto. Na terça-feira (26), o Indicador CEPEA/ESALQ do tipo 6, bebida dura para melhor, fechou a R$ 396,32/saca de 60 kg, o menor fechamento diário desde 23 de julho de 2014.
"De modo geral, as baixas estão atreladas à perspectiva de um novo volume satisfatório na safra 2019/20 no Brasil, mesmo em bienalidade negativa", destaca o Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada, da Esalq/USP).
O café tipo cereja descascado registrou maior valor em Guaxupé (MG) com saca a R$ 425,00 e alta de 1,19%. A maior oscilação foi em Lajinha (MG) com queda de 2,50% e saca a R$ 390,00.
O tipo 4/5 registrou maior valor de negociação em Franca (SP) com saca a R$ 400,00 – estável. A maior oscilação foi registrada em Varginha (MG) com queda de 2,50% e saca a R$ 390,00.
O tipo 6 duro registrou maior valor de negociação em Vitória (ES) com saca a R$ 442,00 - estável. A maior oscilação ocorreu em Lajinha (MG) com queda de 3,85% e saca a R$ 375,00.
Na terça-feira (26), o Indicador CEPEA/ESALQ do arábica tipo 6, bebida dura para melhor, teve a saca de 60 kg cotada a R$ 396,32 e queda de 1,27%.
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