Participação feminina no agro é impulsionada por mulher com mais de 30 anos e maior qualificação
Ainda que o número de mulheres atuando no agronegócio entre 2004 e 2015 tenha aumentado 8,3%, essa evolução positiva não ocorreu de maneira sistemática entre os diversos grupos socioeconômicos de trabalhadoras. O maior impulso para esse resultado veio de mulheres com mais de 30 anos, casadas e com ensinos médio e superior, segundo indicam dados do segundo volume do estudo “Mulheres no Agronegócio”, elaborado pelo Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada), da Esalq/USP, e que avalia os principais aspectos referentes à atuação da mulher no mercado de trabalho do agronegócio brasileiro (confira aqui a primeira edição).
Pesquisadores do Cepea ressaltam a importância que o aumento da presença de mulheres acima de 30 anos e com relativamente melhores níveis de qualificação exerceu sobre o crescimento da população de ocupadas no agronegócio. Isso porque os grupos que acabaram dando influências negativas são formados por mulheres de baixa instrução, sejam casadas ou solteiras, e para os diferentes grupos de idade. Neste caso, esses resultados estão atrelados a mudanças na estrutura do mercado de trabalho feminino no agronegócio. Assim, o aumento da presença feminina com maior escolaridade reflete o surgimento de oportunidades de postos de trabalho de maior qualidade, o que, entre outros fatores, se deve ao crescimento das agroindústrias e das atividades do segmento de agrosserviços.
Para a avaliar quais foram os grupos de mulheres que apresentaram as maiores contribuições para o aumento da participação feminina no agronegócio de 2004 a 2015, o Cepea dividiu a população de mulheres ocupadas no setor a partir do estado civil (casada e solteira), nível de instrução (não declarado, sem instrução, ensino fundamental, ensino médio e ensino superior) e idade (30 anos ou menos e maiores que 30 anos).
Este segundo volume do estudo também detalha o papel do agronegócio na evolução da participação da mulher no mercado de trabalho. Como a participação feminina na força de trabalho cresceu em maior intensidade no agronegócio do que nos demais setores, o agro exerceu uma influência positiva na taxa de participação feminina no Brasil como um todo.
PRÓXIMO VOLUME – No terceiro e último volume do estudo, o Cepea apresentará análises voltadas aos rendimentos no agronegócio, o que permitirá, uma vez controlados todos os demais fatores, a comparação de salários médios entre homens e mulheres que atuam no agronegócio e, ainda, mulheres ocupadas no setor versus empregadas em outros segmentos da economia. O Volume III deve ser divulgado no início de março.
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