Café: Ainda de olho na oferta, Bolsa de Nova York inicia 2019 com queda de mais de 200 pts
As cotações futuras do café arábica na Bolsa de Nova York (ICE Futures US) encerraram a sessão desta quarta-feira (02) com queda de mais de 200 pontos. O mercado externo teve suporte das informações sobre a oferta global do grão, mas as perdas foram limitadas com o câmbio
O vencimento março/19 encerrou o dia com queda de 235 pontos, a 99,50 cents/lb e o maio/19 teve recuo de 230 pontos, a 102,65 cents/lb. Já o julho/19 registrou na sessão 105,45 cents/lb com desvalorização de 235 pontos e o setembro/19 registrou 108,25 cents/lb e baixa de 235 pontos.
"A Conab, agência nacional de abastecimento do Brasil, elevou recentemente sua estimativa de produção de café no Brasil 2018/19 para um recorde de 61,7 milhões de sacas (+ 37% ao ano), de uma previsão em setembro de 59,9 milhões de sacas", disse o site internacional Barchart.
Ainda de acordo com agências internacionais de notícias, as perdas no dia foram limitadas com as preocupações com as condições climáticas no cinturão produtivo do Brasil, maior produtor e exportador do grão, nas últimas semanas. A força do real também limitou perdas durante a sessão.
O Rabobank, um dos principais bancos especializados em commodities, projeta que a safra 2018/19 teve produção de cerca de 56 milhões de sacas. Para o próximo ciclo, segundo o analista do Rabobank, Guilherme Morya, espara-se que seja de desafios para o cafeicultor.
"Será um ano de superávit global para o ciclo 2018/19 em que o Brasil e a Vietnã estão com uma boa colheita estão limitando uma melhora dos preços e os países da America Central também com um ano positivo", disse Morya nesta quarta-feira em entrevista ao Notícias Agrícolas.
Nos últimos dias, a consultoria Safras & Mercado estimou a produção de café do Brasil em 63,7 milhões de sacas após verificação em entidades do setor. Levantamentos da Conab e USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) apresentaram números parecidos.
Mercado interno
O mercado brasileiro de café seguiu lento nos últimos dias com as festas de final de ano. Esse cenário pode mudar nos próximos dias acompanhando o câmbio e oscilações externas. Ao longo de 2018, por conta dos referenciais externos, poucos negócios foram vistos.
"Com os preços enfraquecidos ao longo do ano, produtores de arábica e de robusta consultados pelo Cepea se mantiveram mais retraídos do mercado, mantendo a liquidez interna mais baixa", destacou o Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada, da Esalq/USP).
O café tipo cereja descascado registrou maior valor de negociação em Guaxupé (MG) com saca a R$ 433,00 e queda de 3,78%. Foi a maior oscilação no dia dentre as praças.
O tipo 4/5 registrou maior valor de negociação em Franca (SP) com saca a R$ 415,00 e queda de 2,35%. Foi a maior oscilação no dia.
O tipo 6 duro registrou maior valor de negociação em Vitória (ES) com saca a R$ 442,00 e estabilidade. A maior oscilação ocorreu em Guaxupé (MG) com recuo de 4,02% e saca a R$ 406,00.
Na sexta-feira (28), o Indicador CEPEA/ESALQ do arábica tipo 6, bebida dura para melhor, teve a saca de 60 kg cotada a R$ 415,45 e alta de 0,32%.
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