Café: Bolsa de Nova York cai pela terceira sessão seguida nesta 3ª e março/19 fecha em US$ 99,40/lb
As cotações futuras do café arábica na Bolsa de Nova York (ICE Futures US) encerraram esta terça-feira (18) com queda de mais de 50 pontos. O mercado externo estende as perdas das últimas duas sessões com operadores atentos às informações de oferta, após dados da Conab, e câmbio.
O vencimento março/19 encerrou o dia com recuo de 70 pontos, a 99,40 cents/lb e o maio/19 teve recuo de 70 pontos, cotado a 102,65 cents/lb. Já o julho/19 registrou 105,40 cents/lb com desvalorização de 70 pontos e o setembro/19 registrou 108,10 cents/lb e 75 pontos de perdas.
Depois de iniciar o dia em ajustes técnicos, o mercado do arábica voltou a trabalhar em baixa acompanhando informações sobre a ampla oferta da safra 2018/19 em dia de divulgação da Conab, além das oscilações do câmbio. O vencimento referência de mercado já perde o patamar de US$ 1 por libra-peso.
"O café para março registrou uma baixa de mais de 2 meses nesta manhã, depois que a Conab, a agência nacional de fornecimento do Brasil, elevou sua estimativa de produção de café para 2018/19 para um recorde de 61,7 milhões de sacas (+ 37%) de uma previsão de setembro de 59,9 sacas", informou o site Barchart.
A Conab (Companhia Nacional de Abastecimento) estimou nesta terça-feira que o resultado da safra brasileira 2018/19, de mais de 60 milhões de sacas de 60 kg, representa um recorde na série histórica do grão no país. A produção apontada, inclusive supera em cerca de 10 milhões de sacas o melhor desempenho registrado em 2016.
"O bom resultado deve-se às condições climáticas favoráveis, proporcionando boas floradas, à melhoria do pacote tecnológico, com o uso de variedades mais produtivas como as plantas clonais em Rondônia e Mato Grosso, além da bienalidade positiva, sobretudo em lavouras da espécie arábica", disse a companhia.
Leia mais:
» Conab revela produção recorde de café em 2018 com 61,7 milhões de sacas
Os dados da Conab corroboraram os apontados pelo USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos), que apontou na última sexta (14), que a oferta global de café superará 10,9 milhões de sacas de na safra 2018/19. O salto foi relacionado ao Brasil, que teve safra estimada em 60,2 milhões de sacas. Uma safra recorde para o país.
Em menor intensidade, o câmbio também deu pressão ao mercado. O dólar comercial fechou o dia com alta de 0,17%, cotado a R$ 3,9013, com monitoramento do exterior e expectativa com reunião do Fed (Federal Reserve). As oscilações da moeda impactam nas exportações da commodity e influenciam nos preços externos.
"Com a atividade econômica mundial dando mostras de enfraquecimento..., o receio de que o Fed possa estar equivocado em sua política de alta dos juros eleva a discussão sobre um eventual período recessivo americano acontecer em 2019, escreveu a Advanced Corretora em comentário matinal.
Mercado interno
Os negócios no Brasil seguem lentos com os preços acompanhando o cenário externo. "O mercado físico brasileiro apresentou volume baixo de negócios, já entrando em ritmo de final de ano. Em média houve uma diferença de 20 reais entre as ofertas dos compradores e o preço pedido pelos cafeicultores que colocaram lotes no mercado", destacou na última sexta-feira o Escritório Carvalhaes.
O café tipo cereja descascado registrou maior valor de negociação em Guaxupé (MG) com saca a R$ 443,00 e alta de 1,61%. A oscilação mais expressiva foi registrada em Varginha (MG) com recuo de 3,45% e saca a R$ 420,00.
O tipo 4/5 registrou maior valor de negociação em Franca (SP) com saca a R$ 420,00 – estável. A maior oscilação no dia foi registrada na praça de Varginha (MG) com desvalorização de 1,20% com saca a R$ 410,00.
O tipo 6 duro registrou maior valor de negociação em Vitória (ES) com saca a R$ 442,00 e estabilidade. A maior oscilação ocorreu em Lajinha (MG) com recuo de 6,02% e saca a R$ 390,00.
Na segunda-feira (17), o Indicador CEPEA/ESALQ do arábica tipo 6, bebida dura para melhor, teve a saca de 60 kg cotada a R$ 414,53 e queda de 0,95%.
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