Café: Bolsa de Nova York encerra sessão desta 2ª feira com queda de mais de 200 pts com oferta e câmbio
As cotações futuras do café arábica na Bolsa de Nova York (ICE Futures US) encerraram a sessão desta segunda-feira (17) com queda de mais de 200 pontos. O mercado oscilou durante o dia acompanhando as oscilações cambiais e dados estimados de ampla oferta durante a safra 2018/19.
O vencimento março/19 encerrou o dia com recuo de 215 pontos, a 100,10 cents/lb e o maio/19 teve recuo de 205 pontos, cotado a 103,35 cents/lb. Já o julho/19 registrou 106,10 cents/lb com desvalorização de 200 pontos e o setembro/19 registrou 108,85 cents/lb e 200 pontos de perdas.
O mercado do arábica oscilou durante o dia acompanhando o câmbio e divulgação do USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos), que divulgou na última sexta-feira (14), que a oferta global de café superará 10,9 milhões de sacas de 60 kg na safra 2018/19. O salto foi relacionado ao Brasil.
O departamento elevou a previsão de produção de café do Brasil, maior produtor e exportador, para 63,4 milhões de sacas, ante uma estimativa anterior de 60,2 milhões. O tempo favorável durante a temporada contribuiu para o resultado. As informações são da agência de notícias Reuters.
"O salto frente a primeira estimativa foi de 3 milhões de sacas, basicamente o ajuste feito da safra brasileira (de 60.2 milhões para 63.4 milhões). Tá difícil achar algo para ajudar uma alta nos preços!", destacou em relatório o analista e diretor da Comexim nos Estados Unidos, Rodrigo Costa.
Apesar de fechar o dia com queda de 0,26%, a R$ 3,8945 na venda, o dólar comercial trabalhou em alta durante parte do dia, chegando até a máxima de R$ 3,9303, e pressionou os preços do arábica durante a sessão. A moeda estrangeira mais alta em relação ao real tende a desencorajar as exportações da commodity, mas pesa sobre os preços externos.
"Até quarta-feira o mercado vai esperar o Fed", resumiu para a agência de notícias Reuters o diretor de câmbio da Ourominas, Mauriciano Cavalcante. "Depois, pode haver espaço para o dólar realizar", acrescentou.
Mercado interno
O mercado brasileiro de café segue com negócios isolados. "O mercado físico brasileiro apresentou volume baixo de negócios, já entrando em ritmo de final de ano. Em média houve uma diferença de 20 reais entre as ofertas dos compradores e o preço pedido pelos cafeicultores que colocaram lotes no mercado", destacou na última sexta-feira (14) o Escritório Carvalhaes.
O café tipo cereja descascado registrou maior valor de negociação em Espírito Santo do Pinhal (SP) com saca a R$ 460,00 - estável. A oscilação mais expressiva foi registrada em Guaxupé (MG) com recuo de 4,18% e saca a R$ 436,00.
O tipo 4/5 registrou maior valor de negociação em Franca (MG) com saca a R$ 420,00 e queda de 1,18%. A maior oscilação foi registrada em Poços de Caldas (MG) com desvalorização de 1,45% com saca a R$ 409,00.
O tipo 6 duro registrou maior valor de negociação em Vitória (ES) com saca a R$ 442,00 e estabilidade. A maior oscilação ocorreu em Guaxupé (MG) com recuo de 4,21% e saca a R$ 410,00.
Na sexta-feira (14), o Indicador CEPEA/ESALQ do arábica tipo 6, bebida dura para melhor, teve a saca de 60 kg cotada a R$ 418,50 e queda de 0,36%.
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