Soja: Incertezas sobre os fretes ainda mantêm negócios travados em Nova Xavantina (MT) e apenas 30% da safra foi negociada
No município de Nova Xavantina/MT, os produtores rurais estão apreensivos para realizar novos negócios para a safra da soja em função do tabelamento dos fretes. No estado, o vazio sanitário da cultura terminou no último dia 15 de setembro, mas os agricultores estão esperando a chegada das chuvas para dar início aos trabalhos de campo.
De acordo com o presidente do Sindicato Rural da localidade, Endrigo Dalcin, as entregas de fertilizantes estão atrasadas e está comprometendo o planejamento da safra de verão. “Os defensivos e sementes chegaram dentro do planejado, mas os produtores deixaram para comprar mais tarde e a greve dos caminhoneiros atrapalhou muito”, salienta.
Por conta das indefinições sobre os fretes, as tradings na região não querem fechar negócios antecipados. “Aqui, nós precisamos travar os preços e trabalhar firme para não correr riscos para o próximo ano de estar com um câmbio menor e prejudicar a rentabilidade do produtor”, conta.
Até o momento, a expectativa é que o plantio da soja comece daqui a vinte dias e apenas 30% da safra 2018/19 foi negociada. “O tabelamento dos fretes está atrapalhando muito o andamento da safra e isso acaba sobrando para a ponta final”, afirma.
Contudo, as condições climáticas indicam precipitações para a próxima semana e volta a ter chuvas para o início do mês de outubro. “Eu posso dizer que o sucesso da safra anterior foi à cautela do agricultor, sendo que não se arriscou e não cultivou a soja no pó”, aponta.
A liderança comenta que os produtores rurais vão diminuir os investimentos em tecnologia nesta temporada, já que as compras em fertilizantes foram menores. “Para aqueles que têm áreas velhas e com fertilidade consolidada vai reduzir o uso de insumos. Porém, muitos investiram em calcários e corretivos para as lavouras”, explica.
Preços
Na localidade, a saca da soja disponível está sendo cotada próxima de R$ 76,00. “Nós cultivamos muita soja convencional que deu uma oportunidade melhor de travamento do que a transgênica, em que houve negócios por volta de R$ 80,00 a saca por um longo período”, pontua.
Milho
Na temporada passada, o atraso no plantio da oleaginosa acabou comprometendo a janela ideal de cultivo do milho safrinha na localidade. “Neste ano, a safra do cereal ficou com uma produtividade média em torno de 75 sacas do grão por hectare, muito abaixo se comparada as 93 sacas na safra anterior”, comenta.
No entanto, as referências do milho atuais acabaram compensando as quebras de produtividade. “Os produtores rurais apostaram na safrinha, pois já haviam comprados os insumos. Porém, muitos não fizeram contratos antecipados devido ao cultivo fora da janela”, destaca.
Atualmente, os preços para o cereal estão ao redor de R$ 27,00 a R$ 28,00 a saca, sendo que a produção na localidade é destinada para o mercado interno para o confinamento de gado. “O produtor está segurando para ver se pega preços maiores para o final de ano, pois o confinamento demandou bastante da região”, diz.
Em relação à comercialização, a liderança ressalta que apenas 30% do milho disponível precisam ser negociados no município. “Nós cultivamos 10% na nossa região do que todo o estado do Mato Grosso planta. Basicamente o nosso milho vai ficar muito pouco para o começo do ano já que os estoques estão muito baixos”, completa.
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