Apesar de viés baixista, soja em Chicago tem fatores positivos como demanda chinesa firme e desânimo de produtor americano

Nesta segunda-feira (13), o mercado da soja teve um dia positivo na Bolsa de Chicago (CBOT), com altas de seis a sete pontos nos principais vencimentos, após uma sexta trágica com quedas de mais de 40 pontos nos principais vencimentos.

Carlos Cogo, analista da Consultoria Agroeconômica, salienta que a sexta foi um dia "surpreendente". O mercado vinha bastante envolvido com questões referentes à disputa comercial entre Estados Unidos e China e os fundamentos foram deixados de lado. Quando o relatório do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) trouxe as informações referentes à nova safra norte-americana, estas surpreenderam o mercado.

Os números causaram uma espécie de "efeito dominó", mas houve uma questão do "exagero". Desta forma, acabaram ocorrendo algumas compras de oportunidades com as quedas expressivas de preço. Não houve uma reversão de tendência, mas o mercado subiu um pouco com este movimento.

Há uma previsão de consumo chinês 4% maior do que a temporada 2017/18. Por enquanto, a China se abastece no Brasil, mas a oferta deve acabar antes do esperado. Outro fator que deve entrar no radar mais adiante é a intenção de plantio do produtor norte-americano para a próxima safra.

Para a nova safra brasileira, os preços estão até R$10 menores do que os preços do mercado spot. As vendas da safra nova ainda estão um pouco travadas porque não se sabe a resolução da questão dos fretes.

Contudo, há a confirmação de um El Niño para este ano, o que pode envolver riscos para a safra do Matopiba - estes que serão considerados no mercado em algum momento.