Impasse com tabelamento de fretes atrasa comercialização da safra nova e coloca plantio em xeque

Publicado em 13/07/2018 11:18
Daniel Latorraca Ferreira - Superintendente do Imea - Cuiabá/MT
Nessa mesma época do ano em 2017, os produtores de Mato Grosso já haviam negociado 33% da safra enquanto esse ano o percentual está em 21%. Em junho as vendas pouco evoluíram com polêmica sobre tabelamento dos fretes

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Entrevista com Daniel Latorraca Ferreira - Superintendente do Imea sobre o Impasse no frete prejudica escoamento de grãos

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Daniel Latorraca Ferreira, superintendente do Instituto Matogrossense de Economia Agropecuária (Imea), conversou com o Notícias Agrícolas nesta sexta-feira (13) para destacar os impactos do tabelamento dos fretes na comercialização da safra do Mato Grosso.

Segundo dados do Imea, o estado já negociou mais de 86% da safra velha de soja, com algumas regiões acima de 90%. Essa comercialização evoluiu quando a Bolsa de Chicago (CBOT) atingiu patamares acima dos US$10/bushel, mas estancou após a greve dos caminhoneiros.

Os produtores voltam aos poucos ao mercado. Contudo, o que preocupa é que essa soja seja retirada rapidamente dos armazéns que estão tentando receber a segunda safra de milho, mas ficam impedidos.

O Mato Grosso já exportou 14 milhões de toneladas neste ano e deve exportar até mais 4,5 milhões de toneladas nesta semestre. Contudo, a questão do valor dos fretes inviabiliza as comercializações, já que os preços saem fora dos contratos feitos anteriormente.

Agora, os comercializadores aguardam uma definição da questão para destravar o mercado. Apesar dos preços terem queda na CBOT, há uma compensação com prêmios e câmbio que permitiria a venda nesse sentido.

Parte dos insumos estão contratados e chegam ou não aos produtores dependendo do modelo dessa contratação. Entretanto, Ferreira salienta que o desafio está maior na entrega de fertilizantes.

Aberração e acinte, editorial do ESTADÃO

Ao aprovar a medida provisória que estabelece o preço mínimo para o frete rodoviário em todo o território nacional, o Congresso acrescentou, a uma aberração da economia de mercado promovida pelo Executivo, um acinte à ordem jurídica e ao direito de livre locomoção de pessoas e bens. Injustificável por introduzir o tabelamento do preço de um item essencial nos custos do setor produtivo – e, portanto, na inflação –, a Medida Provisória n.º 832, assinada pelo presidente Michel Temer no auge da irresponsável greve dos caminhoneiros que paralisou o País, teve acrescentada às distorções que naturalmente produziria no funcionamento da economia a anistia das multas e outras sanções aplicadas com base no Código de Trânsito Brasileiro e referendadas pela Justiça.

Mesmo tendo causado tantos danos aos cidadãos brasileiros e à economia nacional durante os 11 dias em que obstruíram estradas e impediram a distribuição de todos os tipos de produtos, inclusive remédios e alimentos, os grevistas serão beneficiados por um tabelamento que lhes assegurará automaticamente o preço pelo qual teriam de batalhar caso fosse mantido o regime de concorrência no setor em que operam. E serão premiados com a suspensão das sanções que com justiça lhes foram impostas, caso o Executivo não vete essa vergonhosa artimanha de impunidade.

O País paga um preço altíssimo pelas consequências da criminosa greve realizada pelos caminhoneiros na segunda quinzena de maio. Articulado por meio de redes sociais, o movimento dos caminhoneiros alcançou quase imediatamente dimensão nacional, razão pela qual afetou a vida das pessoas em todas as regiões.

A interrupção da circulação de veículos em importantes eixos rodoviários prejudicou duramente diferentes setores industriais, privados temporariamente de matérias-primas, insumos e componentes essenciais para suas operações. O comércio deixou de ser abastecido, tanto pelo fechamento das estradas como pela interrupção das atividades de seus fornecedores. A mesa do brasileiro ficou privada de itens como os produtos hortifrutigranjeiros. Hospitais tiveram de suspender atividades por falta de medicamentos e insumos.

Os indicadores da atividade econômica já conhecidos não deixam dúvida quanto ao tamanho do impacto da greve dos caminhoneiros. A indústria, que ensaiava uma recuperação nos primeiros meses do ano, teve forte queda de produção em maio. A de São Paulo, em particular, a mais importante do País, registrou naquele mês a maior redução da produção em relação ao mês anterior desde a crise de 2008. As principais instituições financeiras e o próprio governo reviram para baixo suas projeções para o crescimento da economia, o que em boa parte se deve à greve dos caminhoneiros (as incertezas políticas também afetam as projeções).

Era previsível que a greve teria efeito danoso sobre a economia, mas o governo não utilizou com a necessária energia as competências que a lei lhe assegura em situações desse tipo. Ao contrário, aceitou imposições dos grevistas, limitou-se a aplicar multas nos casos extremos e concordou em estabelecer um inaceitável tabelamento do frete.

A MP 832 institui a Política Nacional de Pisos Mínimos do Transporte Rodoviário de Cargas, com o objetivo de “promover condições mínimas para a realização de fretes no território nacional, de forma a proporcionar adequada retribuição ao serviço prestado”. Num confuso arrazoado com que tentou justificar a MP, o governo reconheceu que a livre concorrência é um princípio inscrito na Constituição, mas argumentou que “a situação atípica” – isto é, a greve dos caminhoneiros e suas consequências – justificava o uso do dispositivo “excepcional” para atenuar distorções no setor.

As multas somam mais de R$ 700 milhões e foram aplicadas por decisão do Supremo Tribunal Federal. Mas o Congresso decidiu perdoá-las. Tendo errado ao propor o tabelamento, o governo Temer precisa vetar essa anistia para não errar também nesse assunto.

Comentário de RODRIGO POLOP PIRES (Camboriú, Sta. Catarina)

Tenho lido muitas aqui muitas criticas aos caminhoneiros, porém até agora não vi uma única análise consistente sobre o que houve de fato... No inicio da paralisação havia a reclamação de que os constantes aumentos do óleo diesel e o custo pesado dos pedágios inviabilizou o setor como um todo... Pouco a pouco a paralisação foi sendo politizada..., alguns queriam uma intervenção militar, outros a diminuição dos impostos e, com o aumento da pauta de reivindicações, houve uma confusão de noticias, embate entre diferentes "lideranças" do movimento, o que ocasionou um desfecho senão trágico, no mínimo cômico. Uma tabela de preços acompanhada de uma série de normas e regulamentos. Aí cabe a pergunta? Feita por quem? Por caminhoneiros ou por grupos de interesses econômicos aliados a grupos com interesse politico? ... E vejam só onde chegamos..., essa última frase é a definição quase que perfeita do que é o fascismo politico.... Lemos então noticias de algazarra e farra com o dinheiro público, muito bem organizada dentro da câmara dos deputados, que, por acaso, é onde estão os chamados ruralistas!!! O velho e conhecido dividir para conquistar... e assim caminha a humanidade.

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Por:
Aleksander Horta e Izadora Pimenta
Fonte:
Notícias Agrícolas/Estadão

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3 comentários

  • elcio sakai vianópolis - GO

    Apesar de alguns acharem que o frete tabelado será o nosso maior obstáculo, creio que o nosso maior problema na próxima safra serão os custos..., temos altas possibilidades de comprar os insumos com o real depreciado e depois vender o nosso produto com uma moeda mais valorizada em relação ao dólar. Estou fazendo meus custos de produção e é uma incerteza de rentabilidade muito grande na cultura de milho e soja. Aqui na minha região, onde tratamos a cultura muito bem, já vejo produtores falando que irão reduzir pra 2/3 em relação a adubação feita na safra passada. Achar que teremos um incremento de 2% na soja, é bem duvidoso. Muitos produtores de regiões do nosso BRASIL, estará descapitalizado devido a quebra da safrinha e onde não houve quebra, os preços não estão ajudando tanto assim. Temos cenários nada promissores.

    Como sempre, faremos nossas apostas, não será nem a primeira e a ultima vez, que plantaremos com um cenário bem pessimistas, o futuro nos aguarda. Assim como houve anos pessimistas, que no final teve uma ótima safra. Houve anos bem otimistas, que no final da safra amargamos grandes prejuízos. Boa sorte a todos que acreditam num BRASIL melhor, e que façamos direito desta vez, nestas eleições.

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  • Dalzir Vitoria Uberlândia - MG

    Tenho aqui criticado e deixado claro, desde a greve dos caminhoneiros, que o produtor - burro e inocente - não sabia (caso fosse aprovada uma tabela) o que lhe esperava à frente... tem produtor rural que acha que mercado é igual dar uma vaca ao afilhado... a maioria dos produtores estava com raiva do Temer e apoiaram a greve... Mas deram um tiro no pé... E que tiro!!!... por isso é que tem tanto deputado rural ruim... Pois a maioria é trouxa... inocente... e não sabe discernir entre coco da bahia e cocô da baia... e olha que a conta na roca só chegou 10%... na hora que chegar os outros 90% é que que eu quero ver... lembro que preço tabelado é só o frete... o preço final quem dita éo mercado... Logo, se os fretes sobem, pega-se valor de marcado e se diminui, até chegar na roca... e o preço do produtor cai.... bem, aí os bobos vão recuperar as perdas onde??? Com quem??? do mesmo jeito acontece com os insumos... que vão subir de preço... E aí sobem os custos e cai a receita!!! E os bobos ficam com o mico no colo.... mas quem sabe o irmão caminhoneiro ajuda???? lembro que estamos com 14 milhões de desempregados... salário estacionado... crescimento zero... Logo, se aumentar preço nas gôndolas o consumidor vai reduzir consumo...e isto vai provocar mais queda no preço ao produtor... E tem mais: As agroindústrias de aves e suínos estão reduzindo produção... Logo, menos consumo de milho e soja... A China vai comprar com preços na bacia das almas... O dólar, se o novo presidente a ser eleito sinalizar o que vai fazer, despencará... e aí o produtor vai pedir dinheiro ao irmão caminhoneiro??? Agora algumas lideranças acordaram pro rombo... mas agora é tarde... Acariciem o mico que ajudaram a criar... e assumam suas burradas... (afinal ainda vejo aqui colocações que somos a classe que dá bóia ao mundo e mais um monte de baboseiras amadoras e inocentes)...

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    • EDMILSON JOSE ZABOTT PALOTINA - PR

      Dalzir , quem é você para tratar a classe produtora desta forma?? ...

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    • Dalzir Vitoria Uberlândia - MG

      Caro Edmilson... se a toca lhe serviu, responda por você...e não pela classe... Sua reação é tipica daqueles que quando acerta, fui eu... e quando erra, foi a classe ou os outros... Se por acaso o que escrevi é inverdade, descreva seus argumentos...

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    • EDMILSON JOSE ZABOTT PALOTINA - PR

      Não senhor Dalzir , usei estes termos para ver se você se toca.. Nós, produtores, apoiamos os caminhoneiros neste protesto, sim, por entender que era o momento de mandar um recado aos Administradores Públicos e aos Políticos... Não fomos COVARDES e esperavamos que o movimento deles provocaria algo de bom para nós.. Mas naquele momento éramos as forças que estava defendendo em primeiro lugar as nossas Famílias é Instituições... O problema foi que neste caminho apareceu os Idiotas do PT e todo os Vermelhos que se infiltraram para estragar tudo que aliás é os que você costuma defender neste espaço...E volto a lembrar você não fomos COVARDES e colocamos a cara pra Bater ou Apanhar.. Não ficamos atrás de um Computador esperando o pior para ter assunto para criticar...

      Ora, para caras iguais a você vou indicar um tratamento à base de "Jair Bolsonaro"..., depois você vá conhecer um pouco do setor Rural lá na base, onde tudo começa.. E, para finaliza,r não costumo usar touca.... Tenho vergonha na cara para assumir minhas atitudes e ações .

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    • EDMILSON JOSE ZABOTT PALOTINA - PR

      Para cara Igual a você, vou indicar um tratamento: Jair Bolsonaro .

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    • EDMILSON JOSE ZABOTT PALOTINA - PR

      Dalzir , o seu desprezo pela classe de Produtores Rurat talvez se explique pelas lutas de conquistas destes honrados produtores seja talvez pela conquista de um novo Código Florestal , da derrubada da Dilma, quando do grande movimento em Brasília , e agora da última pá de Cal colocada no túmulo do PT ( o seu PT) com a prisão do Chefão Lula.. Isso talvez explique esta sua revolta com relação aos Produtores Rurais.. .

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    • Dalzir Vitoria Uberlândia - MG

      Realmente a touca lhe coube na medida.. Foi mais uma vez trouxa..inocente..ou seja fora da porteira realmente seu ângulo de visão da verdade...realidade... É zero..tem raiva do pt..das esquerdas e os apoiou na greve...abrace bem o mico...e todo seu..não se trata de covardia..e sim de dizer e enxergar a verdade e não ser usado tipo você foi..sobre o bolsonsro já te dei minha opinião...sobre o que faco com computador se sentado ou em pé não interessa a você... Mas nao faco papel de bobo...nem da porteira pra dentro e muito menos da porteira pra fora...

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    • Elton Szweryda Santos Paulinia - SP

      O Dalzir é um camarado grosso, nasceu assim, e mal educado, nao podemos esperar nada a mais do essas expressoes que exprimem um certo grau de homem das cavernas, e não é, e nunca foi produtor rural, tem uma musica que serve bem pra ele; VOCE É CHATO CRICRI PERNILONGO, CHAQUILONGO, CHAQUILONGO...CHAQUILONGO..CHAQUILONGOOOO!!! Acho que ele dorme no sofa!!! Fica na sua Dalzir!! Da um tempo!!

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    • Dalzir Vitoria Uberlândia - MG

      Esperar o que de você e do Edmilson fora da porteira ..vamos aos argumentos..???

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    • Dalzir Vitoria Uberlândia - MG

      A alguém que é contra PT e esquerdas que apóia uma greve conduzida por parte de PT e ainda tem como premio aumento de custos e redução de preço pelo resultado da greve??? Inteligente...águia...astuto...esperto...vivo..em Elton e Edmilson...

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    • Dalzir Vitoria Uberlândia - MG

      Elton ....as vezes durmo no sofá sim...afinal hora de dormir durmo...mas quando levanto não passo a vida dormindo....

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  • Roberto Calzolari Nova Canãa do Norte - MT

    Com o princípio da isonomia, previsto em nossa Constituição, é mais do que justo que o preço mínimo dos produtos da agricultura também sejam corrigidos pela mesma fórmula de correção da tabela dos fretes... Afinal, como o frete é diretamente dependente do diesel, a agricultura é diretamente depende do frete... Acredito que, embora não se possa questionar a tabela dos fretes (pois há uma proibição para isto dada pelo Supremo), ainda posso requerer junto à Justiça que os preços mínimos da agropecuária sejam corrigidos da mesma forma... Ou não???

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    • Dalzir Vitoria Uberlândia - MG

      Acorda, Roberto... Se for pela isonomia eu quero salario do judiciário... com todas as mordomias...

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