Dólar sobe quase 1% e vai acima de R$ 3,90 com cena externa
SÃO PAULO (Reuters) - O dólar subia cerca de 1 por cento e passou o patamar de 3,90 reais nesta segunda-feira, acompanhando a cena externa com movimentos de maior aversão ao risco e sem atuações extraordinárias do Banco Central brasileiro.
O dólar avançou 0,56 por cento, a 3,8773 reais na venda, depois de fechar junho com valorização de 3,76 por cento, quinto mês seguindo em elevação, período em que acumulou ganhos de quase 22 por cento.
"A disputa comercial entre os Estados Unidos e a China segue no foco dos mercados, apoiando o dólar forte", trouxe a corretora Rico Investimentos em relatório, citando ainda o baixo volume financeiro devido ao jogo do Brasil contra o México pelas oitavas de final da Copa do Mundo disputado no fim da manhã.
No exterior, o dólar subia cerca de 0,45 por cento frente a uma cesta de moedas e divisas de países emergentes, como o peso chileno, com os investidores ampliando as apostas de intensificação das tensões comerciais entre Estados Unidos e seus parceiros comerciais.
A tensão crescia antes de 6 de julho, quando os EUA devem impor tarifas sobre 34 bilhões de dólares em exportações chinesas.
E mesmo com a forte valorização do dólar frente ao real, o BC ainda não havia anunciado intervenções adicionais no mercado de câmbio nesta sessão. Por enquanto, apenas ofertou e vendeu integralmente o lote de até 14 mil swaps tradicionais, equivalentes à venda futura de dólares, para rolagem dos contratos que vencem em agosto.
Com isso, rolou o equivalente a 700 milhões de dólares do total de 14,023 bilhões de dólares que vence no próximo mês.
Na noite de sexta-feira, o BC informou que continuaria atuando de forma coordenada com o Tesouro no mercado para "prover liquidez e contribuir para o seu bom funcionamento", e que vai rolar integralmente swaps que vencem em agosto.
(Por Patrícia Duarte)
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