Clima contribui e perspectiva é de recuperação na safra de café robusta no ES
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Entrevista com Romário Ferrão - Pesquisador de Café sobre o acompanhamento de safra do café
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Após três anos de crise hídrica, o clima voltou à normalidade no Espírito Santo e a expectativa é de uma recuperação na produção de café robusta na safra 2018. A projeção é que sejam colhidas mais de 8 milhões de sacas do grão nesta temporada, uma elevação de 40% em relação ao volume colhido no ano anterior, de pouco mais de 5,9 milhões de sacas.
O pesquisador de café, Romário Ferrão, destaca que os cafezais estão em processo de recuperação. "Com a boa distribuição das chuvas, as plantas, que vinham de um stress muito grande, enfolharam bastante. Tivemos precipitações em fases importantes como a pós floração, formação dos frutos e o enchimento de grãos", explica o especialista.
E, nesse momento, o estado não registra chuvas expressivas fator que tem contribuído para o avanço dos trabalhos nos campos. Até o momento, os cafeicultores colheram pouco mais de 15% da safra de café robusta.
Além disso, com o cenário de perdas nos últimos anos, muitos cafeicultores aproveitaram para realizar a poda drástica ou até mesmo substituíram as áreas por lavouras novas. "Com isso, as plantas demoram mais para voltarem a produzir. Também tivemos alguns problemas com a praga da cochonilha na roseta, o que faz com que os frutos não se desenvolvam bem e caiam das plantas", pondera Ferrão.
Café Arábica
Nesta safra, o estado também poderá colher uma produção recorde de café arábica, de mais de 4 milhões de sacas. O Espírito Santo possui 150 mil hectares de café arábica em produção e 240 mil hectares de café robusta. Ao todo, poderão ser colhidas mais de 12 milhões de sacas de café nesta safra.
"O arábica também está passando por transformações, com variedades mais produtivas e os produtores têm investido em um manejo melhor, com mais podas. E cerca de 30% da produção de arábica é de qualidade superior", afirma o especialista.
Greve dos Caminhoneiros
Assim como todo o setor, os cafeicultores também sentem os reflexos da greve dos caminhoneiros no Espírito Santo. "Estamos atentos a esse cenário, exatamente nesse momento que temos a colheita que é muito dinâmica, precisamos levar o café para os secadores e armazéns", finaliza Ferrão.
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