Soja em Chicago despenca e derruba em mais de um real o valor da saca no Brasil. Dólar em alta evita perdas maiores
Nesta segunda-feira (07), o mercado da soja teve uma queda de mais de 25 pontos nos principais vencimentos. Para o analista de mercado Camilo Motter, da Granoeste Corretora, esse movimento reflete uma nova visão sobre as negociações comerciais entre China e Estados Unidos, já que um acordo se mostra mais duro do que o esperado até o momento.
Os Estados Unidos continuaram vendendo soja, mas para outros destinos. Até essa questão encontrar uma definição, o mercado deve limitar as possibilidade existentes. Muitos acreditam que a China não poderá recusar a oferta norte-americana, já que tem necessidade dessa importação.
Contudo, Motter aponta que a China poderia encontrar soluções para a falta dessa oferta, como proteínas alternativas, fontes alternativas de abastecimento ou aumento da produção interna. No longo prazo, poderia haver uma concentração maior do Brasil como fornecedor da China e os Estados Unidos se tornando um fornecedor pulverizado, para diversos destinos.
Na próxima quinta-feira (10), os norte-americanos também divulgam seu primeiro relatório de estimativas de safra para a próxima temporada, em um momento que 15% da soja está plantada (13% no ano passado e 13% na média histórica), bem como 39% do milho (45% no ano passado e 44% na média histórica).
A formação de preços no Brasil sentiu o impacto negativo. A compensação por parte dos prêmios foi pequena, enquanto o câmbio teve um papel mais importante. As perdas foram de R$1 a R$1,50 na formação de preço interno, travando as negociações - embora a comercialização já esteja bastante avançada.
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