Média de 56% de pecuaristas eficientes nos últimos cinco anos se mantém, mas seleção natural do restante está mais clara agora
De acordo com dados do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), os preços médios do boi gordo em São Paulo estão na mesma média de 2015. Considerando que os custos aumentaram, os pecuaristas não conseguem repassar a integridade do seu custo para os preços, como avalia Sérgio de Zen, pesquisador do Cepea.
Segundo ele, são muitos produtores para poucos compradores no mercado e, nessa época do ano, uma parcela dos animais está em pastos. Se o produtor não possuir um planejamento para suplementar, esses animais devem ser colocados no mercado, o que causa excesso de oferta.
Para ele, este também é um ano complexo de ser analisado, já que os dados macroeconômicos do país são bons, mas a eleição presidencial traz muitas incertezas sobre qual será o modelo econômico a ser adotado pelo país.
Ele comenta que a política que o estado brasileiro adotou anteriormente, de focar o investimento em algumas empresas, forçou o crescimento destas e a dependência do pecuarista de alguns grupos. Sem a intervenção do estado, a reversão deste momento começa a dar as suas caras.
Contudo, cerca de 56% dos pecuaristas mantêm a eficiência em seus negócios. Os outros 44%, por sua vez, estão realizando ajustes com o abate de fêmeas para regular seus estoques, operando com o intuito de cobrir os custos operacionais.
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1 comentário
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Cesar Augusto Seronni Goiânia - GO
Vocês estão saindo do foco principal. A questão a ser debatida é saber porquê o preço do boi está barato e o da carne no balcão está caríssima. O povo não compra carne de gado exatamente por isso.
Sou pecuarista, e sei de uma coisa: Estou diminuindo meu plantel, e vejo que muitos também estão seguindo meus passos..., será que vale a pena matarem os pecuaristas à míngua???, pense nisso industria... Daqui uns anos vocês pedirão pelo amor de Deus para nós produzirmos bezerros, e não teremos mais condições de produzir mais nada, restando somente a alternativa de arrendamento para soja ou mandioca... Pense, o tiro pode ser no pé.
O tiro vai ser no corpo inteiro. Tirando a soja, que deixa um lucrinho, o restante do que é produzido no campo só dá prejuízo. O Brasil não consegue nem alimentar seu próprio povo. Fico enojado quando anunciam que alimentamos o mundo. Importamos etanol, arroz, feijão, batata, cebola, frutas, milho, trigo, leite, entre outras coisas. Não tem como trabalhar e produzir, pois somos travados pelas leis e burocracia.