Café: Bolsa de Nova York encerra sessão desta 4ª feira com leve alta e reverte parte das perdas da véspera
As cotações futuras do café arábica na Bolsa de Nova York (ICE Futures US) fecharam a sessão desta quarta-feira (11) com leve alta. Depois da queda de mais de 100 pontos na véspera, o mercado externo do grão teve suporte de fatores técnicos essencialmente e câmbio, mas novas informações fundamentais também repercutiram.
O contrato maio/18 encerrou a sessão de hoje cotado a 118,15 cents/lb com alta de 55 pontos e o julho/18 anotou 120,25 cents/lb com avanço de 70 pontos. Já o contrato setembro/18 fechou o dia com 122,30 cents/lb e valorização de 65 pontos e o dezembro/18, mais distante, subiu 60 pontos, a 125,60 cents/lb.
O arábica teve mais um dia de ajustes técnicos na ICE. Segundo o analista de mercado da Origem Corretora, Anilton Machado, em relatório, o mercado segue trabalhando dentro de oscilações curtas, com as mínimas do dia em 116,50 cents/lb (baixa de 110 pontos) e máxima de 118,35 cents/lb (alta de 75 pontos).
No entanto, apesar dos fatores mais técnicos, o câmbio e algumas informações fundamentais, ainda que limitadamente, também contribuíram para o avanço nos preços externos do café. Uma delas, segundo aponta a Reuters internacional, foi o baixo volume exportado do grão em março, chegando a níveis de seis anos.
Dados do Cecafé (Conselho dos Exportadores de Café do Brasil) mostram que as exportações totais de café no país totalizaram 2,52 milhões de sacas de 60 kg e receita cambial de US$ 396,2 milhões. Em termos de volume, há uma queda de 11% ante o mesmo período do ano passado e um crescimento de 1% se comparado com fevereiro deste ano.
"No mês de março, tivemos uma boa exportação, acima dos 2,5 milhões de sacas, configurando um desempenho justo, alinhado ao que havíamos previsto. O mercado está otimista e já de olho na próxima safra devido às boas condições climáticas nas regiões produtoras", afirma Nelson Carvalhaes, presidente do Cecafé.
Leia mais:
» Exportações de café brasileiro ultrapassam 2,5 milhões de sacas em março
As exportações de café são impactadas pelo câmbio, outro fator que também contribuiu para o avanço dos preços externos nesta quarta. O dólar comercial encerrou a sessão de hoje com queda de 0,94%, cotado a R$ 3,380 na venda, com alívio no exterior favorecendo uma correção local após a alta recente.
Segundo estimativa da consultoria Safras & Mercado, a produção de café na safra 2018/19 pode totalizar um recorde de até 60,5 milhões de sacas de 60 kg. O volume representaria um aumento de até 20% ante a temporada 2017/18, apontada em 50,6 milhões de sacas.
Segundo o analista da Safras, Gil Carlos Barabach, a estimativa de safra recorde ocorre em um cenário de bienalidade positiva das lavouras de arábica, com a retomada da safra de conilon depois de anos seguidos de seca e as condições climáticas favoráveis à granação nesse início de 2018.
Leia mais:
» Café: Safras & Mercado estima produção recorde de 60,5 mi de sacas na safra 2018/19 do Brasil
Em sua última previsão para a safra atua, a Conab (Companhia Nacional do Abastecimento) prevê a produção de café do Brasil entre 54,44 e 58,51 milhões de sacas neste ano levando em conta as duas variedades.
Mercado interno
Os negócios com café arábica seguem ocorrendo lentamente nas praças de comercialização do Brasil depois de uma reação na semana passada. Os preços ainda não agradam completamente o produtor. "Os negócios envolvendo a variedade seguem em ritmo lento, com muitos agentes consultados pelo Cepea fora do mercado. Em relação aos preços, as cotações internas do arábica subiram, devido à valorização do dólar", disse em nota o Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada, da Esalq/USP).
O café tipo cereja descascado registrou maior valor de negociação em Guaxupé (MG) com saca a R$ 479,00 – estável. A maior oscilação dentre as praças no dia ocorreu em Poços de Caldas (MG) com recuo de 1,68% e saca a R$ 468,00.
O tipo 4/5 registrou maior valor de negociação em Franca (SP) com saca cotada a R$ 450,00 – estável. A maior oscilação dentre as praças no dia foi registrada em Varginha (MG) com queda de 1,15% e saca a R$ 430,00.
O tipo 6 duro anotou maior valor de negociação em Araguari (MG) com saca R$ 450,00 e alta de 2,27%. Foi a maior oscilação no dia dentre as praças.
Na terça-feira (10), o Indicador CEPEA/ESALQ do arábica tipo 6, bebida dura para melhor, teve a saca de 60 kg cotada a R$ 431,07 e alta de 0,45%.
0 comentário
Preços do café estendem alta de 3 semanas e fecham sessão desta 6ª feira (22) com ganhos de mais 4% na bolsa de Londres
Café: Mesmo nas máximas em 13 anos, preços não afastam compradores e mercado ainda é bastante resiliente
Safra de café da Colômbia 24/25 projetada em 12,9 mi sacas, diz USDA
Concurso de Qualidade dos Cafés de Minas decide os vencedores de 2024
Café no varejo: vendas aumentaram 1,1% de janeiro a setembro em comparação com o mesmo período de 2023
Preços do café seguem em volatilidade e apresentam altas no início da tarde desta 6ª feira (22)