China poderia trazer mais severidade à disputa comercial com os EUA e ampliar oportunidades para o agro brasileiro
Nesta quinta-feira (5), Eduardo Lima Porto, diretor da LucrodoAgro, conversou com o Notícias Agrícolas para trazer uma análise detalhada sobre a guerra comercial entre China e Estados Unidos, em um momento no qual mais de 200 produtos norte-americanos, incluindo a soja, estão sob ameaça de taxação por parte dos asiáticos.
Porto comenta que a movimentação da China trata de uma estratégia "muito mais profunda do que a gente está vendo agora", algo que "precisa ser avaliado de maneira fria". O primeiro impacto seria o estabelecimento dessas tarifas que impactam o custo dos importadores - mas que, por outro lado, os asiáticos possuem um plano consistente de expansão do abastecimento de alimentos. Em um curto espaço de tempo, como visualiza o diretor, o mundo poderá estar diante de novos players que irão concorrer para atender a demanda do mercado chinês.
Para ele, o presidente Donald Trump apenas acelerou "uma pretensão que já estava desenhada anteriormente" e essas questões devem ser enxergadas em um horizonte mais longo do que é visto todos os dias na Bolsa de Chicago (CBOT). A proposta do governo chinês de reduzir a dependência norte-americana, segundo ele, é um programa bastante consolidado neste momento.
O diretor também avalia que "a China está ganhando em disparada dos Estados Unidos nesse jogo geopolítico" e que alguns fatores, como uma desvalorização da moeda norte-americana, estão envolvidas neste momento.
Esse resultado também pode "turbinar" os planos que eventualmente pudessem estar parados de investimentos do governo chinês nos mercados do continente africano - e as dificuldades que este ponto poderá gerar para a agricultura brasileira, de forma que algumas regiões ficariam mais afastadas, em termos de logística. Ele também comenta o potencial da China, não só consumidor, como também em termos de logística e competitividade, para continuar se afirmando como um grande player mundial.
Os produtores brasileiros, contudo, poderiam se beneficiar de uma lógica na qual a indústria estaria próxima de um modelo voltado para a exportação. Este, segundo ele, poderia ser um caminho para realinhar as relações entre o Brasil e a China, principalmente se considerado um cenário de guerra prolongada com os norte-americanos. Para o país, é interessante continuar exportando soja para os chineses.
Confira a entrevista completa com Eduardo Lima Porto no vídeo acima.
1 comentário
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elcio sakai vianópolis - GO
Boa entrevista, porém o custo de uma lavoura não é feito apenas de insumos (adubo, defensivos, sementes)..., nos últimos anos vimos uma "troca" estabilizada com poucas variações de sacas de soja devida por hectare. É um engano, que a maioria dos especialistas de mercado fazem de pensar que o maior custo de uma lavoura são apenas os insumos agrícolas. Cinco ano atrás, no ano de 2013, o custo com investimentos de maquinário e manutenção dos mesmos (peças) eram metade do valor de hoje, imagine a nossa atividade (agricultura) arcando com um aumento de 20% anuais em relação a investimento de maquinários e a manutenção dos mesmo, isso sem contar a depreciação. Óleo Diesel é outro custo que subiu drasticamente, arrendamento outro fator que também subiu, fora a mão de obra. Na ideia de quem está fora do ramo, a maior parte das pessoas acham que agricultores estão ganhando dinheiro, a maioria tenta tirar sua parte, mecânicos que cobram R$ 800,00 a diária, mais R$ 2,00 o km rodado, isso sendo informais, se precisar de concessionária esse valor aumenta de 50% a 100%. Está difícil ser um empreendedor nesse país. Ano após ano vejo mais os agricultores se descapitalizando, infelizmente é uma pouca minoria que sabem seus reais custos de produção, somos no geral muito eficientes em produzir, agora da porteira pra fora é outra história. Somos carentes, e acreditamos em muitos produtos milagrosos, somos fáceis de sermos enganados. O governo do estado querendo arrecadar sempre mais, assim como a união. Felizmente somos otimistas, pensando sempre que o ano que vem, vai ser melhor..............
Sem falar nos piloto automático, assistência de concessionárias custa 1500 reais a diária. Impostos. Taxas. Corretivos, etc
Resumindo: a renda no campo é muito baixa!