Leite: inicia a recuperação de preços para o produtor rural em SC
Depois de onze meses em queda, os preços praticados pelos Laticínios na compra de leite dos produtores rurais catarinenses começou a reagir. Essa situação foi dimensionada pelo Conselho Paritário Produtor/Indústrias de Leite do Estado de Santa Catarina (Conseleite/SC), que esteve reunido nesta semana em Joaçaba para definir os valores de referência para o mês de março.
De acordo com projeção do Conselho, o leite entregue em fevereiro para processamento industrial a ser pago em março pelos Laticínios terá aumento de 5,7% o que corresponde a seis centavos/litro nos valores de referência.
Os valores projetados são os seguintes: leite acima do padrão R$ 1,2311/litro;leite padrão R$ 1,0705 e abaixo do padrão R$ 0,9732. Os valores se referem ao leite posto na propriedade com Funrural incluso.
“Finalmente a situação começou a melhorar para o produtor rural”, exultou o vice-presidente do Conseleite e, também, vice-presidente regional da Federação da Agricultura e Pecuária de SC (Faesc) Adelar Maximiliano Zimmer. Salientou que os agropecuaristas viveram onze meses de operação no vermelho e muitos ameaçaram abandonar a produção.
A reação de preço se deve a conjugação de dois fatores. De um lado, a produção caiu em face do desestímulo provocado pelos baixos preços recebidos pelos produtores. De outro lado, houve um aumento no consumo de leite UHT (longa vida) e de leite em pó.
Na avaliação de Zimmer, os preços manterão tendência de alta até julho, em setembro os ganhos serão preservados, mas, em outubro iniciará o movimento de baixa. “Esse é o comportamento sazonal e tradicional do mercado, mas, pode ocorrer mudanças de rumo, como em 2017, quando o viés baixista se manteve em quase todo o período,” expôs o dirigente. “Acredito que estamos começando a superar uma fase na qual nem o produtor rural nem as indústrias estavam ganhando”.
A Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de Santa Catarina (FAESC) espera uma lenta recuperação para recompor os prejuízos dos últimos onze meses. Avalia que somente a retomada do consumo em grande escala e as exportações irão recompor a rentabilidade da cadeia produtiva de lácteos. “Precisamos de um programa de exportação para escoar nossa vasta produção ao mercado externo. Não há outro jeito de prosperar e de superar essas crises cíclicas”, encerra o dirigente.
POSIÇÃO NACIONAL
Santa Catarina é o quarto produtor nacional. O Estado gera 2,9 bilhões de litros ao ano. Praticamente todos os estabelecimentos agropecuários produzem leite e obtêm renda mensal às famílias rurais, o que contribui para o controle do êxodo rural. O oeste catarinense responde por 75% da produção. Os 80.000 produtores de leite (dos quais, 60.000 são produtores comerciais) geram 8,3 milhões de litros/dia, mas a capacidade industrial está estruturada para processar até 10 milhões de litros de leite/dia.
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