Procafé: Plantio de café na montanha, melhor com perfuratriz e profundidade
O plantio de café, em terrenos de montanha, ganhou facilidades com as praticas desenvolvidas recentemente, através da associação de uso de perfuratriz motorizada, com plantio mais profundo. Foi possível obter maior rendimento operacional no preparo das covas, combinado com melhor pegamento das mudas plantadas.
Nas áreas de topografia acidentada, o preparo das covas, para plantio do café, é, tradicionalmente, realizado com o uso de enxadões na abertura e enxadas no enchimento delas, misturando a terra solta com os adubos e corretivos recomendados. Estas operações demandam muito esforço e apresentam baixo rendimento no trabalho. Um homem pode fazer apenas cerca de 150-200 covas por dia. Além disso, devido ao esforço e dificuldades de operação manual, as covas ficam sempre menos profundas do que o ideal.
A alternativa de uso de perfuratrizes motorizadas, de operação manual, no preparo de covas, vem tendo maior desenvolvimento, ultimamente, em substituição ao tradicional enxadão. Mas, o uso dessa opção deve ser adequado, em termos de equipamentos e formas de utilização.
O equipamento de perfuração possui um motor superior (a gasolina) pra acionar o eixo com a broca e duas alças, estas para o operador maneja-lo. As brocas perfuratrizes são de 2 tipos. No 1º a broca, tem forma de rosca sem fim, a qual, girando, abre um buraco circular, pois vai retirando a terra para fora, e, ao atingir a profundidade desejada, é levantada, assim, retirando o restante da terra. O 2º é um tipo de broca composta apenas por 2 lâminas terminais no eixo, as quais não abrem a cova, elas afofam a terra mas não a retira.
As brocas perfuratrizes estão disponíveis no mercado em diversos diâmetros, de 10, 15, 20 cm ou mais, sendo o ideal, pra café, aquelas com 20 cm diâmetro, que resultam em aberturas com superfície de cova adequada, com esforço menor, de um único operador. O mais importante no dimensionamento das covas, no entanto, é a sua profundidade. Com a broca perfuratriz pode-se alcançar, facilmente, cerca de 60 cm, o que favorece a correção do solo e o crescimento do sistema radicular em maior profundidade.
O rendimento do trabalho com perfuratrizes motorizadas aumenta bastante, com abertura de 1000-1500 covas por dia de trabalho. Caso o solo seja muito argiloso, recomenda-se soldar uma pequena porção metálica, no lado da rosca da broca, para que a superfície da cova aberta não fique muito lisa e, assim, venha dificultar a penetração das raízes laterais.
Usando as brocas comuns, na forma de rosca, as mais indicadas, a terra retirada é misturada, com corretivo e adubo, fora da cova e, novamente, recolocada dentro dela.
No caso da broca apenas com hastes laterais o adubo tem sido colocado superficialmente. Na medida em que perfura ela deveria misturar o adubo com a terra. Na realidade isso não acontece. Para que o trabalho fique aceitável, com os adubos em profundidade, é necessário, antes, fazer um pequeno buraco, com enxadão, para ali colocar os adubos um pouco mais profundos, então a mistura fica melhor. Ela pode, ainda, ser empregada, apenas, para misturar terra mais adubos, pós-enchimento, em covas abertas com a perfuratriz de rosca usual.
No enchimento das covas, na condição de montanha, é importante deixar 10-15 cm sem preencher, de forma a que a muda vai ser plantada, em seguida, mais funda. Essa prática favorece muito o pegamento das mudas recém-plantadas, pois assim vão receber mais umidade e sombra, condições essenciais ao seu pegamento e maior desenvolvimento inicial. Quando necessárias, as molhações também ficam facilitadas, pois a água colocada permanece dentro da cova, junto à muda, sem escorrimento. O cuidado a tomar é o de manter o restante da área sem revolvimento, com cobertura de mato roçado, para que não haja escorrimento de terra e consequente assoreamento nas covas.
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