Dólar tem leves oscilações ante real com fluxo de saída
Por Claudia Violante
SÃO PAULO (Reuters) - O dólar reduziu sensivelmente a queda com que vinha trabalhando desde mais cedo e passou a operar com leves oscilações ante o real, com fluxo de saída minimizando pontualmente a percepção de que os juros nos Estados Unidos não vão subir mais do que o esperado após dados de inflação comportada.
Às 14:40, o dólar avançava 0,02 por cento, a 3,2585 reais na venda, depois de marcar a máxima de 3,2659 reais na sessão e 3,2382 reais na mínima. O dólar futuro tinha queda de 0,15 por cento.
"Com o núcleo (da inflação) ainda confortavelmente abaixo da meta, o Fed (Federal Reserve, banco central norte-americano) não tem razões para promover aumento mais agressivo das taxas de juros do que o que está atualmente precificado", disse o analista da gestora CIBC, Avery Shenfeld, em nota.
Os preços ao consumidor dos Estados Unidos desaceleraram em fevereiro em meio à queda nos preços da gasolina e à moderação no custo dos aluguéis, na mais recente indicação de que uma aceleração da inflação provavelmente será apenas gradual.
Excluindo os componentes voláteis de energia e alimentos, o índice ganhou 0,2 por cento depois de acelerar 0,3 por cento em janeiro. Na base anual, o avanço do chamado núcleo de preços ao consumidor repetiu a taxa de 1,8 por cento de fevereiro.
Logo após a divulgação dos dados, os juros futuros norte-americanos precificavam 26 por cento de chances de o Fed elevar os juros quatro vezes neste ano, sobre 28 por cento antes dos números, segundo dados da Reuters.
O Fed vem indicando que elevará os juros três vezes neste ano de forma gradual e, um movimento mais forte do que o esperado, aumentaria o potencial de atrair para os Estados Unidos recursos aplicados hoje em outros mercados financeiros, como o brasileiro.
No exterior, o dólar caía ante a cesta de moedas após os dados de inflação e a demissão do secretário de Estado dos Estados Unidos, Rex Tillerson. O dólar também recuava ante divisas de países emergentes, mas com menor tração, como os pesos mexicano e chileno.
O Banco Central brasileiro vendeu nesta sessão toda a oferta de 14 mil swaps cambiais tradicionais, equivalentes à venda futura de dólares, para rolagem do vencimento de abril. Dessa forma, já rolou 1,4 bilhão de dólares do total de 9,029 bilhões de dólares.
Se mantiver esse volume e vendê-lo integralmente, o BC rolará o valor total dos swaps que vencem no próximo mês.
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