B3 pode ganhar espaço na comercialização da soja brasileira, com impasse nas relações comerciais entre China e EUA
Publicado em 12/03/2018 18:23
e atualizado em 12/03/2018 19:23
A ideia é que a Bolsa possa ocupar um espaço de referência na formação de preços da soja, principalmente numa relação comercial com a China
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1 comentário
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Daniel Saldanha Camargo Ponta pora - MS
A soja tem que ser negociada em Reais, igual ao milho e boi..., somente assim teremos liquidez. Em dólar fica ruim por causa das outras travas.
Daniel, fica dificil ser negociada em reais se a formacao de preco é em dolar em Chicago. O contrato com formacao de preco em Paranagua da B3 seria uma boa opcao, mas falta liquidez. Talvez se a B3 entrasse como uma politica de mkt maker esse contrato "pegaria de novo" e seria uma boa opcao do chines comprar soja na B3, ja que nessa modalidade o premio ja estaria incluso no pre'co e estimularia ate o contrato espelho, proporcionando operacoes de spread entre os dois contratos, arbitrando o premio.Um fator importante seria tambem a volta da entrega fisica com mecanismos mais faceis e ageis de entrega da soja no porto. Nao ha como tirar a referencia de cbot na formacao de precos.
O contrato de soja na B3 em reais poderia funcionar sim! Se é em dólar para atrair estrangeiros, não acredito que apenas isso os atrairá. Existem diversos outro fatores, principalmente liquidez.
Somente um pequeno percentual de empresas brasileiras, como revendas que trocam insumos por soja, alguns poucos produtores e algumas empresas brasileiras operando, já bastaria: teríamos um contrato de soja em reais com uma certa liquidez e atenderia nossa necessidade.
Os contratos de milho e boi gordo da B3 são em reais, estrangeiros não operam aqui, produtores muito pouco e, mesmo assim, vão muito bem: atendem quem quer especular ou fazer hedge.
Porque a B3 não utiliza o antigo contrato de soja SFI, a mesma praça de Paranaguá como referência e o indicador medido pelo CEPEA e, apenas, transformá-lo em reais, ao invés de dólar, para experimentar?
Para operações de hedge, evita o travamento do dólar, que também tem seu custo.
Me alinho às opiniões do Flavio e do Marcos. Entretanto, literalmente não há como cogitar a realização de hedges de soja em reais pelo simples fato que mais de 60% do que é produzido é exportado, ficando o restante que é processado por igualmente vinculado pela precificação estabelecida em Chicago. Por outro lado, mais de 95% dos insumos utilizados na lavoura estão igualmente relacionados a importação. O Brasil importa mais de 23 milhões de toneladas de fertilizantes, quase que a totalidade dos defensivos agrícolas depende de moléculas de síntese que são produzidas no exterior e as sementes de soja estão diretamente relacionadas ao preço de Chicago, pois uma parte significativa do que é produzido não atinge qualidade para "semente" e é vendido como grão. Se as receitas e os desembolsos (que correspondem a 51-52% do custo de produção) estão absolutamente vinculadas ao Dólar, trata-se de verdadeira insanidade do ponto de vista financeiro falar-se em Reais no negócio de soja. Tenho demonstrado isso em palestras que o Produtor que estabelece "preços-alvo" em Reais está realizando um exercício probabilístico tão complexo que nenhum Economista respeitável e dotado de enorme conhecimento na matéria se aventura a fazer. A moeda Real é absolutamente insignificante em termos globais, tanto que no último levantamento do US Dollar Index correspondeu a tão somente 1,8% do total transacionado e que compõe a formação de "preços" do dólar. Portanto, caros Amigos, deixemos pois de querer controlar o imponderável e o impossível. A B3 não vingará com nenhuma tentativa de contrato em Reais para Soja, mas poderá ser sim uma excelente ferramenta para os Produtores se adotarem contratos espelho da Bolsa de Dalian com a possibilidade de contratação na moeda chinesa que carrega uma volatilidade muito inferior ao Real e possui uma tremenda importância relativa no Mundo.