Grandes reservatórios se tornam garantia para irrigação no Cerrado
O produtor Leocarlos Mundim, de Monte Carmelo (MG), conversou com o Notícias Agrícolas nesta sexta-feira (02) sobre a alternativa que os produtores rurais do Cerrado Mineiro estão adotando para evitar o problema da seca e impulsionar a irrigação: a construção de imensos reservatórios de água para serem utilizados nos períodos mais críticos.
Mundim, que utiliza a alternativa há dois anos, aponta que o desafio é aumentar a disponibilidade de água entre agosto e novembro, o que é essencial para a cultura que ele produz, o café: nesta época, deve-se tomar cuidado para não ter perdas grandes durante a florada. Chove muito pouco no Cerrado durante o período citado pelo produtor. Desta forma, ele considera que o reservatório e a irrigação são uma espécie de "seguro".
Vários produtores já fazem uso dos reservatórios. Contudo, é preciso obter também a autorização para realizar a captação de água para utilizar nesses reservatórios. Antigamente, utilizava-se barramentos, mas este formato interferia na mata ciliar. A outorga pelo uso dos reservatórios também pode ser coletiva, como a que Mundim realiza com seus familiares.
A solução tem um custo de R$ 5 por m³, resultando em um valor aproximado de 1 milhão de reaispor reservatório, considerando também a utilização de alambramento e do uso de geomembrana para impermeabilização. Para a cultura do café, Mundim acredita que o valor é viável economicamente. Cada "piscinão" toma 4 hectares de área plantada, tem profundidade de 12 metros e comporta 215 milhões de litros -- suficientes para garantir a florada nas épocas secas.
3 comentários
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carlos renato de almeida dias Uberaba - MG
Belo trabalho. Acho que deveríamos discutir melhor estas questões de armazenamento e conservação de água. A natureza nos presenteou com o maior reservatório de água que se pode imaginar que é o solo o qual não temos dado a devida importância ou desconhecemos esta realidade. Não sei por que, mas não se tem dado a devida importância para o solo como o grande reservatório de água, creio que seja por desconhecimento da sua importância e por isso não preservamos e nem investimos na conservação das suas características como um elemento armazenador de água. Cito um trabalho bastante antigo do pesquisador Odo Primavesi que compara a velocidade básica de infiltração da água num solo de floresta que chega a uma lamina de 30 mm/hora, enquanto num solo compactado esta velocidade de infiltração cai para 0,6 mm/hora. Qualquer um pode entender que se água não infiltra no solo ela vai escorrer pela superfície, causando grande acúmulo nos rios e provocando enchentes, enquanto se está água da chuva, chegar ao rio através do solo que alimenta as vertentes, a sua chegada será lenta e gradual, não provocando enchentes e não secando o rio no período de estiagem. Depois que a gente fica sabendo destes fatos, o nosso senso fica crítico e começamos a perceber quão grande resultado poderíamos trazer para a agricultura irrigada e para toda a população, se houvessem iniciativas para melhorar estes níveis de infiltração da água no solo, principalmente em área de pastagens, notadamente as degradadas, através de manejos e intervenções mecânicas.
COMENTARIO MUITO UTIL
marcelo freitas Brasília - PA
Parabéns à equipe do Notícias Agrícolas... Excelente matéria.
Marcilio Fernandes Marangoni Araguaína - TO
Esse café esta dando dinheiro heim.