Nos últimos 41 anos, Brasil cresceu em rendimento e duplicou a produção de milho da Argentina

Publicado em 22/01/2018 08:33

Assim como na soja, cultivo no qual o Brasil já tem o dobro da Argentina em produção (de 110 a 114 milhões de toneladas estimadas para o novo ciclo versus 52 a 54 milhões de toneladas), o país tem se consolidado na última década como uma potência produtora de cereal.

Segundo um boletim da consultoria Agritrend, levando em consideração dados dos últimos 41 anos, o Brasil só superava a Argentina em 1977/78 em 40% a mais de produção de milho. Neste momento, a safra brasileira era de 13,6 milhões de toneladas, enquanto a Argentina tinha 9,7 milhões de toneladas. Neste ciclo, a superfície colhida era de 11,1 milhões de hectares, versus 2,7 milhões de toneladas do país vizinho. Contudo, os argentinos tinham uma diferença no rendimento do cereal: 3650kg por hectare versus 1220kg por hectare.

Nove safras depois, o Brasil expandiu a brecha produtiva para 189%. Enquanto os produtores brasileiros colheram 26,8 milhões de toneladas em 1986/87, os argentinos estavam em 9,3 milhões de toneladas. Para este ciclo, a área tinha aumentado em 3,5 milhões de hectares no Brasil, enquanto a Argentina tinha um aumento de apenas 200.000 hectares. Os rendimentos, por sua vez, seguiam sendo maiores na Argentina: 3190kg por hectare versus 1830kg por hectare.

Em 2002/2003, a distância era de 187%, com uma colheita de 44,5 milhões de toneladas contra 15,5 milhões de toneladas. A Argentina alcançava rendimentos de 6330kg por hectare, mas o Brasil já havia crescido para 3430kg por hectare.

Nas últimas duas safras, a Argentina buscou diminuir a distância com o país, mas ainda está longe. Em 2016/17, o Brasil esteve próximo dos 100 milhões de toneladas, com 97,8 milhões de toneladas colhidas, brecha de 148% em relação aos argentinos. O Brasil subiu seu redimento para 5320kg por hectare, mas a Argentina continua ganhando em termos de rendimento: a última safra foi de 8230kg por hectare.

Segundo a Agritrend, o ciclo 2017/18 deve trazer uma safra de 87,7 milhões de toneladas para o Brasil, contra 42 milhões de toneladas para a Argentina, com uma brecha produtiva de 109%. De acordo com a consultoria, o ponto chave para o crescimento do Brasil se deu na melhora dos rendimentos, que sustentaram o crescimento da produção.

O Brasil, com um importante consumo interno, foi um grande mercado para a Argentina nos anos oitenta e parte dos anos noventa. "Vendíamos cerca de 1 milhão de toneladas para o Nordeste por barco. Além disso, com os estabelecimentos avícolas no sul, a indústria absorvia boa parte do milho", lembrou Gustavo López, da Agritrend, mostrando a mudança de situação para o país.

Atualmente, o Brasil é o segundo maior exportador de milho para o mundo, perdendo apenas para os Estados Unidos. A Argentina vem em terceiro lugar.

Tradução: Izadora Pimenta

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Fonte:
La Nación

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