Excesso de chuvas traz prejuízos à safra de soja no oeste do Paraná
O excesso de umidade no Oeste do Paraná continua como uma preocupação dos produtores e já ocasiona prejuízos nas lavouras de soja da temporada 2017/18. Além da dificuldade em realizar os tratos culturais nas plantações, os agricultores relatam a queda de vagens, o que deve impactar no rendimento neste ciclo.
Os eventos climáticos têm sido tão intensos na região que obrigaram até mesmo a cooperativa C.Vale, de Palotina, a cancelar seu tradicional Dia de Campo de Verão deste ano em razão do excesso de chuvas. As atividades aconteceriam nos dias 16 e 18 de janeiro.
Dados do Inmet (Instituto Nacional de Meteorologia) apontam para um volume acumulado de chuvas de até 200 mm nos últimos 15 dias e os impactos sobre as lavouras já é inevitável.
Em muitas regiões, como Assis Chateaubriand, as lavouras já apresentam perdas consolidadas, mas que ainda não podem ser quantificadas, segundo ressaltou o presidente do Sindicato Rural do município, Valdemar Melato, em recente entrevista ao Notícias Agrícolas.
Doenças desconhecidas abortam vagem da soja no Paraná. Envio de Waldir Basseto
O cenário é o mesmo na região de Palotina. O presidente do Sindicato Rural, Nestor Antônio Araldi, reforça que também há queda de vagens, quadro que já resultou em perda de produtividade. "Também faltou luminosidade para o desenvolvimento da cultura da soja. Em janeiro, tivemos apenas 2 dias de sol na região", completa.
Como explica o engenheiro agrônomo Gilmar Sponchiado, da C.Vale, a maior parte das lavouras da região da cooperativa - que está em fase de enchimento de grãos - deverá apresentar um atraso considerável em seu ciclo, dependendo das condições de clima.
"Acreditamos que, continuando as chuvas, devemos ter boas produtividades na região", diz. O forte da colheita na região deverá acontecer depois de 15 de fevereiro.
Sponchiado alerta, porém, para ao ataque dos percevejos que vem sendo observado na localidade, além da mosca-branca, em uma incidência não tão alta. "É interessante que o produtor faça o controle de percevejos e ninfas (...) Tivemos também alguma incidência de ácaros e de algumas doenças", explica.
O engenheiro afirma ainda que os produtores que fizeram um bom controle de pragas e doenças tiveram menos problemas com a queda de vagens em suas lavouras. "A maioria das aplicações está chegando com 15 dias e essa soja vai mais 30 dias para frente para concluir o ciclo, então, vamos ter que fazer mais uma aplicação de fungicida nessas lavouras".
Em seu último boletim informativo, o Deral (Departamento de Economia Rural), reportou que 87% das lavouras apresentavam boas condições e 13% estavam em condições medianas. Nesta temporada, foram semeados 5,46 milhões de hectares com o grão e a expectativa é que sejam colhidas 19,3 milhões de toneladas. As projeções serão atualizadas pelo órgão ainda no mês de janeiro.
Queda de vagens nas lavouras de soja em Nova Aurora (PR). Envio do Técnico Agrícola David Clemente
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3 comentários
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Fabio Christovam Santa Helena - PR
Aqui em Santa Helena (PR) tivemos diversos clientes que também nos relataram a mesma ocorrência... eles estimam perdas de 60% em sua lavouras..., nessa hora o seguro rural entra em ação.
Edson Martins Jorden Assis Chateaubriand - PR
Esse agrônomo da C.vale esta louco. A produção vai cair é muito.
Cooperativa nunca fala em quebra de safra grande. Fazem isso para não dar chance de renegociar dívida. Podem ver nos informativos delas. Aqueles feitos com o melhor papel de impressão do mundo, que tem pelo menos uma foto do presidente em cada página. Tem ele recebendo título de cidadão honorário de Sucupira, tem ele recebendo medalha, visitando obras, passando receita de bolo, penteando os cachorros, lavando o carro, fazendo ginástica. Cada exemplar deve custar una 10 reais. Nem serve pra usar na roça, na hora do apuro, pois o papel é muito liso. Nem o Stalin e Fidel Castro tinham tanta foto num mesmo jornal todo mês. Agora então deram de fazer plástica, usar botox. Nem conseguem rir mais. Eles tem a mesma feição , quer estejam tristes ou alegres. Igual a Ana Maria . E o cabelo? São tão velhos que foram garçom na santa ceia, e mesmo assim não se vê um cabelo branco. Quanta vaidade...
Sr. Carlos, é para ...FICAR BEM NA FOTO !!! ...&... com o passar do tempo essa vaidade transforma-se em SOBERBA !!!
Elton Szweryda Santos Paulinia - SP
Coisa triste de ver, sera que é a variedade da soja?
Variedades "galinha de granja"..., produzem muito quando tudo está sob controle .
Seria possivel mencionar as variedades com esse terrivel problema?
Como disse o Vilson, as variedades que mais sofrem são aquelas menos resistentes ao stress. São as mesmas que não aguentam seca , doença, frio, etc.... Aquelas mais rústicas estão aguentando o tranco. Mas as rústicas são as antigas, com preço de semente barato, sem valor agregado, e não interessa às revendas e cooperativas comercializar. Uma grande cooperativa do oeste do Paraná cancelou os tres dias de campo que faria. A desculpa oficial foi a chuva. Mas o que pessoas da mesma empresa dizem é que nos campos demonstrativos havia caído muitas vagens, e isso poderia prejudicar as vendas do próximo ciclo. Esta cooperativa é grande "parceira" de uma grande detentora de patentes de biotecnologia. Fica a dica para quais variedades são mais susceptíveis. Que tem olho pra ler, leia.
Elton, não ouvi falar nada das variedades da Embrapa. Aguentam o tranco.
Mas seria muito importante os produtores saberem quais variedades tiveram queda das vagens, mesmo porque a perda da safra pode levar até a falencia do produtor!!
Tenho em minha propriedade 80% da área NA-5909 RG e praticamente não tive esse problema, vamos relatar as cultivares que mais apresentam esse problema para evitálas no próximo plantio.