Café: Bolsa de Nova York cai mais de 200 pts após 1ª estimativa da Conab para safra 2018/19 nesta 5ª
Acompanhando a primeira estimativa de safra do Brasil feita pela Conab (Companhia Nacional de Abastecimento), as cotações futuras do arábica na Bolsa de Nova York (ICE Futures US) fecharam a sessão desta quinta-feira (18) com queda de mais de 200 pontos. O mercado chegou a trabalhar em alta pela manhã, mas virou para a o lado vermelho da tabela após os números confirmarem o otimismo que já era visto entre os operadores.
O contrato março/18 encerrou a sessão cotado a 121,10 cents/lb com queda de 200 pontos, o maio/17 registrou 123,55 cents/lb e recuo de 200 pontos. Já o contrato julho/18 registrou 125,90 cents/lb com baixa de 205 pontos e o setembro/18 anotou 128,25 cents/lb com desvalorização de 205 pontos. Essa queda reverte praticamente todos os ganhos registrados na véspera.
A divulgação da Conab da primeira estimativa safra 2018/19 nesta quinta não surpreendeu tanto o mercado. Operadores já repercutiam nos últimos dias números próximos do que foi estimado. Só foi mesmo uma confirmação do otimismo, mas a queda foi eminente. A autarquia estima a produção brasileira em 2018 entre 54,44 e 58,51 milhões de sacas de 60 kg. Um recorde ainda maior do que o anterior, de 2016, que registrou safra de 51,37 milhões de sacas.
A Companhia atribuiu a alta produção à bienalidade positiva das lavouras e condições climáticas favoráveis para produção nos últimos meses. A colheita de arábica deve ficar entre 41,74 e 44,55 milhões de sacas, com alta de 21,9 a 30,1% ante o período anterior. Já o conilon parte de 12,7 a 13,96 milhões de sacas, superior ao último ano entre 18,4 e 30,2%.
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O mercado nas últimas semanas já estava repercutindo previsões privadas positivas para a safra 2018/19 do Brasil, maior produtor e exportador da commodity. Tanto é que as cotações saíram de US$ 1,30 por libra-peso e chegaram a quase ficar abaixo de US$ 1,20/lb. "Traders em Nova York observam atualmente o bom tempo relatado no Brasil e esperam uma outra safra abundante", disse o analista e vice-presidente da Price Futures Group, Jack Scoville.
Em informativo divulgado recentemente, o CNC (Conselho Nacional do Café), no entanto, afastou a possibilidade de safra recorde no país. "O CNC tranquiliza o mercado ao informar que o Brasil manterá seu market share ao redor dos 30% e a posição de maior produtor e fornecedor mundial de café, não havendo a menor possibilidade para supersafra e tampouco risco para o abastecimento", disse em informativo.
A consultoria Safras & Mercado divulgou nesta quinta-feira sua estimativa da comercialização da safra passada no Brasil. As vendas registravam 71% até o dia 17 de janeiro. Já foram já foram comercializadas 35,71 milhões de sacas. O ritmo nos negócios está atrasado em relação ao ano passado e avançou cinco pontos percentuais de um mês para o outro.
"Os baixos preços acabaram afastando os vendedores, e a nova queda agora em janeiro o frustrou ainda mais, já que estavam apostando na virada do ano para uma mudança no comportamento do mercado", disse o analista da Safras & Mercado Gil Carlos Barabach.
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Mercado interno
O mercado brasileiro segue com negócios isolados e os preços nas praças de comercialização têm apresentado oscilações pontuais mesmo com ampla variação no terminal externo nos últimos dias. O Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada, da Esalq/USP) destaca que as condições climáticas favoreceram o melhor desenvolvimento das lavouras e que isso tende a limitar alta nas cotações internas.
O café tipo cereja descascado registrou maior valor de negociação em Espírito Santo do Pinhal (SP) com saca a R$ 490,00 – estável. A maior oscilação ocorreu em Guaxupé (MG) com queda de 1,04% e saca a R$ 475,00.
O tipo 4/5 registrou maior valor de negociação em Franca (SP) com saca a R$ 460,00 e baixa de 2,13%. Foi a maior oscilação dentre as praças no dia.
O tipo 6 duro anotou maior valor de negociação em Araguari (MG) com saca a R$ 450,00 e queda de 2,17%. A maior oscilação no dia dentre as praças verificadas ocorreu na Média Rio Grande do Sul com alta de 2,27% e saca a R$ 450,00.
Na quarta-feira (17), o Indicador CEPEA/ESALQ do arábica tipo 6, bebida dura para melhor, teve a saca de 60 kg cotada a R$ 445,29 e alta de 0,62%.
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