Soja: Com alta em Chicago e do dólar, preços voltam a subir no interior e portos do Brasil
Depois de trabalhar o dia todo em campo positivo, os preços da soja fecharam essa primeira sessão da semana com altas de mais de 7 pontos entre as principais posições na Bolsa de Chicago. Com isso, o contrato maio/18 consegue se manter acima dos US$ 9,70 e já busca recuperar o patamar dos US$ 9,80 por bushel.
As cotações já alcançam, portanto, seus melhores valores em uma semana com a ajuda de um movimento técnico de cobertura de posições por partes dos investidores diante de algumas preocupações com a situação do clima na América do Sul, especialmente na Argentina, segundo analistas de mercado ouvidos pela Reuters Internacional.
"Ou seja, o mercado está com dificuldade de furar os US$ 10,00, mas já se distanciou dos US$ 9,50 que foi registrado na semana passada", diz Vlamir Brandalizze, consultor da Brandalizze Consulting.
Algumas chuvas chegaram ao país no último final de semana, porém, trazendo um alívio apenas pontual, localizado e insuficiente para os problemas que vêm sendo enfrentados em importantes regiões produtoras.
E segundo informações apuradas pela Labhoro Corretora, "os modelos americano e europeu continuam divergindo". O modelo dos EUA segue indicando, como explica a empresa, mais precipitações para o o extremo norte de Córdoba e centro-norte de Santa Fé nos próximos dez dias, com os acumulados podendo chegar a algo entre 60 e 125 mm.
As demais áreas seguem recebendo volumes mais limitados, com ocorrências pontuais e sem que possam trazer muita mudança para as condições.
No Brasil, as condições preocupam mais no Paraná, com o excesso de chuvas prejudicando a qualidade das lavouras, e no Rio Grande do Sul, onde as precipitações também são limitadas e já começam a penalizar os campos de soja em algumas áreas. Além disso, em pontos de Mato Grosso, onde a colheita já foi iniciada e apresenta algum atraso em relação ao ano passado também em decorrência das chuvas.
Também dando espaço para o avanço dos preços, vieram as notícias do lado da demanda nesta terça-feira, com os embarques norte-americanos e o esmagamento de soja no país dentro das expectativas do mercado.
Na semana encerrada em 11 de janeiro, os embarques de soja somaram 1.231,037 milhão de toneladas, contra as projeções de 980 mil a 1,28 milhão. Com isso, o acumulado no ano comercial já chega a 30.837,904 milhões de toneladas, abaixo do ano passado, quando o número passou de 35 milhões nesse mesmo período.
Sobre o esmagamento, o volume ficou em 4,53 milhões de toneladas no último mês, contra projeções que variavam de 4,4 a 4,57 milhões de toneladas. Em novembro, o processamento foi de 4,45 milhões.
Preços no Brasil
Com as altas em Chicago e mais uma recuperação do dólar frente ao real nesta terça-feira, os preços da soja também subiram em alguns pontos do Brasil. O movimento positivo, porém, ainda não é generalizado.
Em alguns pontos de Mato Grosso, por exemplo, os avanços superaram os 3%, como em Itiquira e Rondonópolis e as referências voltam a superar os R$ 60,00 por saca.
Nos portos, os preços também subiram e voltaram a superar os R$ 70,00 por saca. Para o produto disponível, R$ 72,00 em Paranaguá e R$ 71,30 em Rio Grande, com ganhos de 1,41% e 1,13%, enquanto isso, safra nova com R$ 71,00 e R$ 73,00, respectivamente, subindo 0,71% e 0,69%.
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Ricardo Menarim Castro - PR
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