Dólar sobe e volta a R$ 3,30 com temor de que Previdência não saia do papel

Publicado em 08/12/2017 15:09

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Por Claudia Violante

SÃO PAULO (Reuters) - O dólar não conseguiu sustentar a queda exibida mais cedo e operava em alta nesta sexta-feira, de volta ao patamar de 3,30 reais, com o mercado cada vez mais sensível ao andamento das negociações do governo para tentar aprovar a reforma da Previdência ainda neste ano na Câmara dos Deputados.

Às 14:44, o dólar avançava 0,54 por cento, a 3,3043 reais na venda, depois de chegar a 3,2664 reais na mínima do dia. Na véspera, a moeda norte-americana já havia saltado 1,73 por cento, maior alta em quase sete meses, também com a preocupação sobre o futuro da reforma.

O dólar futuro avançava 0,32 por cento nesta tarde.

O mudança de humor dos mercados, que tem acompanhado com lupa cada notícia sobre a batalha do presidente Michel Temer para tirar a reforma do papel, veio com a publicação de um levantamento feito pelo jornal O Estado de S. Paulo com 83 por cento dos deputados federais, no qual 212 disseram que votariam contra o texto de reforma da Previdência.

Mantido esse número, o governo não conseguiria o mínimo de 308 votos para aprovar uma Proposta de Emenda à Constituição (PEC), como é a da Previdência.

A dificuldade do governo de conseguir apoio à matéria --considerada essencial para o ajuste das contas públicas-- fez o dólar mudar de patamar já em outubro passado, quando chegou a ser negociado no nível de 3,15 reais, mas foi próximo a 3,30 reais.

Pela manhã, o mercado esteve menos tenso em razão da notícia de que havia ficado acordado que a votação da reforma tinha sido agendada para o próximo dia 18, segundo o líder do governo na Câmara dos Deputados, Aguinaldo Ribeiro (PP-PB). A avaliação foi que, com mais uma semana para convencer deputados da base, seria possível garantir margem de segurança para aprovar o texto.

Mas a cautela não havia sido colocada de lado. "A data fixada pelo governo, próxima do recesso, preocupa", trouxe mais cedo a corretora Guide em relatório.

O Banco Central vendeu o total de até 14 mil swaps cambiais tradicionais, equivalentes à venda futura de dólares, para rolagem do vencimento de janeiro. Até agora, rolou o equivalente a 4,2 bilhões de dólares do total de 9,638 bilhões de dólares que vencem no mês que vem.

O cenário externo aliviava a alta do dólar ante o real, já que a moeda cedia ante algumas divisas de países emergentes após bons dados econômicos da China puxarem os preços de importantes commodities.

As importações chinesas cresceram 17,7 por cento em novembro em relação a um ano antes, bem acima das expectativas de crescimento de 11,3 por cento. Os números da China são bastante favoráveis a países ligados a commodities, como o Brasil, o que favorece o recuo do dólar ante o real.

"O salto da balança da China mostra que podemos esperar melhora no preço das commodities em 2018", afirmou o diretor da corretora Mirae Pablo Spyer.

Ante uma cesta de moedas, no entanto, a moeda norte-americana subia, à medida que crescia o otimismo de que o projeto de reforma tributária nos Estados Unidos será aprovado.

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Fonte:
Reuters

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