Feplana critica novo adiamento da decisão da Camex sobre etanol
Mais uma vez, a Câmara de Comércio Exterior (Camex) deixou para a próxima reunião a decisão sobre a retomada da taxação do etanol de milho dos EUA, isento da tributação de 20% desde 2010. O órgão, formato por vários ministérios do governo federal, reuniu-se nesta terça-feira (25), mas não definiu a questão. Assim, continuará liberada a ampla entrada do produto estrangeiro no mercado interno, 330% maior só no 1º semestre do ano. Tal omissão, como critica a Federação dos Plantadores de Cana do Brasil (Feplana), prejudica toda cadeia nacional do etanol de cana de açúcar e promove direta e negativa consequência na fragilização das usinas, dos canaviais e nos empregos respectivos.
"Além da insensibilidade do governo ao postergar a volta da tributação, gerando a continuidade dos significativos prejuízos socioeconômicos dentro do país, ainda circula informalmente a notícia de que na próxima reunião da Camex permitirá cota de importação de 500 milhões de litros de etanol ao ano sem o imposto, taxando em 20% a partir do excedente desta quantia", repudia Alexandre Andrade Lima, presidente da Feplana.
Para Andrade Lima, líder dos 70 mil canavieiros brasileiros, é irresponsável adotar tal medida, se confirmada. "Este ano, por exemplo, mais de um milhão de toneladas de etanol importado já entrou no Brasil. Isso tem inviabilizado o etanol nacional diante da concorrência desleal que gera, obrigando as usinas do país a produzirem ainda mais açúcar ao invés do combustível. Esta situação amplia o excedente mundial do açúcar, rebaixando a já precária precificação do alimento e do etanol de cana", diz Lima, exigindo uma decisão imediata e coerente da Camex.
Para a Feplana, é inadmissível qualquer proposta onde isenta etanol importado para quebrar a indústria nacional, ainda mais neste ano diante do grande volume já ingresso no mercado nacional. "É absurdo permitir a entrada de 500 mil toneladas isentas, sendo ainda maior em 2017", diz Lima. Só no 1º semestre, segundo dados do Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços, pasta que integra a Camex, a compra do combustível renovável no exterior movimentou US$ 614,4 milhões, alta de 388,3% sobre os US$ 131,56 milhões de igual período de 2016.
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