Volatilidade dos preços do feijão dificulta adoção de sementes fiscalizadas ou certificadas na cultura
Marcelo Ribas de Andrade, agrônomo da Geminar Agroanálise, conta que, nos últimos quatro a cinco anos, há uma preocupação cada vez maior a respeito da qualidade de sementes.
No mercado de sementes de feijão, esta questão é um pouco mais complexa. A nível de Brasil, existe um mercado que investe em uma semente de maior qualidade e outro mercado que não utiliza sementes melhoradas - este último fator, vinculado à própria cultura, que tem muita instabilidade diária.
A indústria de sementes também não consegue responder de forma integral se houver uma demanda muito grande neste momento. No mercado de alta tecnologia, o uso dessas sementes está em cerca de 60% no momento.
Andrade destaca que, no Sul do Brasil, as condições não são tão propícias para se produzir sementes de qualidade como há no Centro-Oeste, que tem uma época bem definida de produção de sementes, começando em maio e colhendo as primeiras lavouras entre junho e julho, em áreas de pivô central que são exclusivamente utilizadas para essa produção.
Vinda de uma cultura diferente, a área já vem com o bloqueio de algumas pragas e, sendo destinada somente para sementes, há um controle fitossanitário ainda maior. Também é preciso fazer uso de todo um protocolo deve ser seguido, de acordo com os padrões do Ministério da Agricultura.
O nível de pureza deve ser elevado e o nível de germinação deve estar acima de 80% para que um lote de grãos se torne um lote de sementes, além de haver avaliações de vigor.
Ele destaca que a percepção ainda não é tão grande em relação às diferenças nestas sementes. O custo é maior, mas a produtividade acaba demandando menos custos.
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