Soja: Mercado sem Bolsa nesta terça-feira, por Miguel Biegai, da OTCex Group
Operadores acreditam que pode haver um pouco de correção no curto prazo.
Bom dia. Hoje não tem pregão na Bolsa de Chicago em função do feriado Independence Day nos Estados Unidos. Os contratos futuros de soja devem voltar a operar normalmente a partir desta quarta-feira (05/07).
Ontem, o dia foi de fortes altas novamente, o contrato de novembro/17, confirmou definitivamente o rompimento da tendência de baixa em que se encontrava, e com bastante volume. Novamente foram negociados cerca de 200 mil contratos somente neste vencimento.
Mas o que impressiona mesmo são os contratos de trigo (Mineapollis, Kansas e Chicago), que vem escalando patamares que eram impensáveis a 1 mes atrás. Isso se deve às grandes preocupações com as lavouras das Dakotas, cuja situação está “periclitante”, para dizer o mínimo. Os danos são inevitáveis para o trigo primavera de alta proteína, e as indústrias consumidoras que precisam desse insumo correm para se garantir, comprando futuros na bolsa, para exigir a entrega física desse produto, ou pelo menos o acerto financeiro pela diferença entre o nível de preço em que compraram na bolsa e o preço do produto no mercado físico local. Ou seja, o hedge clássico.
O milho produzido nessa região Noroeste do núcleo produtivo da safra de verão americana também já está sob risco. Circulam fotos nas redes sociais, mostrando lavouras bem comprometidas. Mas é dificil averiguar se esta situação é pontual ou abrange grandes áreas. Teremos um quadro melhor quando sair a divulgação do relatório de condições das lavouras nesta quarta-feira. Até lá, o mercado vai viver de especulação pura.
Os operadores não descartam um movimento de correção para os próximos dias. Quando o mercado tem uma forte baixa ou uma forte alta, de vários dias seguidos, é perfeitamente natural o mercado tomar uma pausa e fazer um ajuste técnico, nem que seja para continuar subindo depois. Considerando que a soja novembro/17 saiu de US$ 907 cents/bushel no dia 23 de junho e tocou US$ 991,50 cents/bushel, não será nenhuma surpresa se os preços buscarem os US$ 958 ou US$ 959 cents/bushel em algum momento nos próximos dias ou semanas.
Isso em teoria, caso ocorra uma normalização climática daqui pra frente, e a demanda também não se altere. Na prática, se continuar faltando chuva e continuar fazendo calor acima da média, os operadores mandarão as favas quaisquer análises gráficas e continuarão comprando e fazendo o mercado subir.
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