Com suporte do clima no Corn Belt e do trigo, milho encerra 2ª feira com alta de mais de 7 pts na CBOT

Publicado em 03/07/2017 17:46

O pregão desta segunda-feira (3) foi positivo aos preços do milho negociados na Bolsa de Chicago (CBOT). No final do dia, as principais posições do cereal reduziram parte dos ganhos, mas ainda assim encerraram a sessão com alta de mais de 7 pontos, uma valorização de quase 2%. O vencimento setembro/17 era cotado a US$ 3,88 por bushel e o dezembro/17 trabalhava a US$ 3,99 por bushel.

"Julho começou com uma explosão particular nos mercados de grãos, em meio às preocupações climáticas crescentes e, nos mercados de soja e milho, com os fundos de investimentos cobrindo posições vendidas", reportou o site internacional Agrimoney.com. No caso do cereal, o clima é mais preocupante nesse momento, uma vez que, as lavouras entram na fase de polinização, uma das mais importantes no desenvolvimento da cultura.

Na Global Commodity Analytics, Mike Zuzolo, disse que os últimos modelos meteorológicos "mostram um viés mais seco para Nebraska, Iowa e a metade norte de Illinois", destacou em entrevista ao Agrimoney.com. De acordo com as últimas atualizações do NOAA - Serviço Oficial de Meteorologia do país - nos próximos 8 a 14 dias, as temperaturas deverão ficar acima da normalidade em grande parte do Meio-Oeste.

Chuvas nos EUA - 6 a 10 dias - Fonte: NOAA

Temperaturas nos EUA - 6 a 10 dias - Fonte: NOAA

No mesmo período, as precipitações ficarão abaixo da média no cinturão produtor do cereal. Ainda no final da tarde de hoje, o USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) atualiza as informações sobre a safra norte-americana, em seu novo relatório de acompanhamento de safra.

Chuvas nos EUA - 6 a 10 dias - Fonte: NOAA

Chuvas nos EUA - 6 a 10 dias - Fonte: NOAA

Outra variável que também impulsionou as cotações do milho foi a forte valorização registrada nos contratos do trigo. As principais posições da commodity subiram quase 30 pontos em Chicago, uma alta de mais de 5%. Segundo as agências internacionais, os preços do trigo atingiram os patamares mais altos dos últimos dois anos.

Por sua vez, a valorização no trigo é decorrente das preocupações com o clima não só nos Estados Unidos, mas em outras importantes regiões produtoras no mundo. As lavouras da Austrália e na Europa sofrem com o clima mais seco. "Um clima mais quente e seco ainda é esperado na Europa Central e Ocidental na próxima semana, então alguns déficits de umidade no solo permanecerão", informou o Agrimoney.com.

Já os embarques semanais de milho somaram 1.094,280 milhão de toneladas na semana encerrada no dia 29 de junho. O volume ficou dentro das expectativas dos participantes do mercado, entre 840 mil a 1,04 milhão de toneladas. Com o total reportado, o volume comprometido chega a 48.696,217 milhões de toneladas, contra 35,05 milhões de toneladas no mesmo período do ano passado, segundo o USDA.

O departamento ainda reportou a venda de 114,3 mil toneladas de milho para o México. Do total, cerca de 22.860 mil toneladas serão entregues na campanha 2017/18 e o restante, de 91.440 mil toneladas, durante o ciclo 2018/19. Por outro lado, os investidores ainda se prepararam para o feriado do Dia da Independência dos EUA, comemorado nesta terça-feira (4) no país.

Mercado brasileiro

Enquanto isso, no mercado brasileiro o início da semana foi de ligeiras movimentações aos preços do milho. Em São Gabriel do Oeste (MS), o valor caiu 11,11%, com a saca a R$ 16,00. Na região de Campinas (SP), a perda ficou em 3,76%, com a saca do cereal a R$ 25,60. Na contramão desse cenário, o preço subiu 20,00% com a saca a R$ 12,00 em Sorriso (MT). No Porto de Paranaguá, a saca futura subiu 1,79% e encerrou o dia a R$ 28,50.

Conforme dados do Cepea, as cotações do cereal permanecem sendo pressionadas pelo avanço da colheita da segunda safra no país. "Nesta temporada, a demanda está muito inferior à oferta, que é recorde, o que fundamenta a posição retraída de compradores. A intensidade dos recuos tem preocupado produtores, já que, em algumas regiões, os valores estão abaixo dos custos de produção desta safra", ressaltou a entidade em nota.

Em Guaíra (PR), por exemplo, a saca do cereal é cotada a R$ 17,20, valor que não cobre os custos de produção. Na visão do presidente do Sindicato Rural do município, Silvanir Rosset, o valor deveria estar pelo menos em R$ 20,00 a saca. Na região de Canarana (MT), a saca permanece abaixo do valor mínimo fixado pelo Governo para o estado, de R$ 16,50, com a saca a R$ 14,00.

Já na BM&F Bovespa, as principais posições do milho subiram entre 1,16% e 1,83% nesta segunda-feira (3). O vencimento setembro/17, referência para a safrinha, era cotado a R$ 26,25 a saca, já o novembro/17 era negociado a R$ 27,11 a saca.

As cotações foram impulsionadas pela forte alta registrada nos preços no mercado internacional. Paralelamente, o dólar caiu 0,23% e encerrou o dia a R$ 3,30 na venda. Conforme dados da Reuters, o alívio em meio ao cenário político brasileiro e o baixo volume de negócios, a moeda norte-americana recuou.

Confira como fecharam os preços nesta segunda-feira:

>> MILHO

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Por:
Fernanda Custódio
Fonte:
Notícias Agrícolas

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