Em meio a crise política, Temer embarca para Rússia e Noruega em busca de investimentos
BRASÍLIA (Reuters) - O presidente Michel Temer embarca na próxima segunda-feira para duas viagens internacionais --à Rússia e à Noruega-- em busca de investimentos no Brasil, enquanto segue o suspense político causado pelas delações de executivos da J&F e pelo esperado oferecimento de denúncia por parte da Procuradoria-Geral da República.
Logo no dia de chegada a Moscou, na terça-feira, Temer reúne-se com investidores russos, segundo o porta-voz da Presidência da República, Alexandre Parola, que têm interesse nos setores de petróleo e gás, ferrovias e portos.
Também estão previstos, ao longo da visita oficial à Rússia, encontros com autoridades do Executivo e do Legislativo russos, como o presidente Vladimir Putin e o primeiro-ministro, Dmitry Medvedev.
A Rússia faz parte do bloco Brics, formado ainda por China, Índia e África do Sul.
Na Noruega, onde desembarca no dia 22, o primeiro dia de visita também será dedicado a investidores. Segundo Parola, o país é o oitavo maior investidor no Brasil, muito presente no setor de energia. Temer também terá encontros com o rei Harald V e com a primeira-ministra, Erna Solberg.
“A viagem dá continuidade a sua diplomacia presidencial, voltada para a universalização de nossas relações externas e orientada por prioridades concretas da sociedade brasileira. A promoção do crescimento e a geração de empregos são partes essenciais dessas prioridades”, disse o porta-voz em breve briefing à imprensa.
“O presidente Temer reafirmará mensagem de firme compromisso com a agenda de reformas e de maior e melhor integração do país com os fluxos globais de comércio e investimentos.”
O governo enfrenta uma grave crise política deflagrada com a divulgação de áudio e delação de executivos da J&F, controladora da JBS. Conseguiu sobrevida após julgamento do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) que absolveu a chapa Dilma-Temer em ação que pedia sua cassação.
Mas deve enfrentar, nos próximos dias, nova turbulência com a esperada denúncia que o procurador-geral da República deve oferecer em inquérito que apura se Temer cometeu os crimes de obstrução da Justiça, organização criminosa e corrupção passiva.
Janot tem até o dia 26 deste mês para apresentar a denúncia, que só prosseguirá diante da aprovação de dois terços da Câmara dos Deputados.
(Reportagem de Maria Carolina Marcello)
0 comentário
Ações sobem após dados de inflação, mas acumulam queda na semana
Dólar cai após BC vender US$7 bi e Senado aprovar pacote fiscal
Taxas futuras de juros voltam a ceder com aprovação do pacote fiscal e comentários de Lula
Transição com Galípolo mostra que BC técnico permanece, diz Campos Neto
Ações europeias têm pior semana em mais de três meses, com queda no setor de saúde
Presidente do Fed de NY diz que BC dos EUA segue no caminho certo para cortes de juros