Fed eleva juros e indica redução de balanço patrimonial
Por Lindsay Dunsmuir e Howard Schneider
WASHINGTON (Reuters) - O Federal Reserve, banco central norte-americano, elevou a taxa de juros nesta quarta-feira pela segunda vez em três meses, citando contínuo crescimento econômico dos Estados Unidos e o fortalecimento do mercado de trabalho, e anunciou que começará a reduzir sua carteira de Treasuries e outros títulos este ano.
A decisão elevou a taxa básica de juros em 0,25 ponto percentual, para a faixa de 1,00 a 1,25 por cento, conforme o Fed prossegue com seu primeiro ciclo de aperto em mais de uma década.
Em sua declaração, o Fed indicou que a economia estava se expandindo moderadamente, o mercado de trabalho continuou a se fortalecer e a recente desaceleração da inflação foi considerada transitória.
O Fed fez um claro esboço de seu plano para reduzir o portfólio de 4,2 trilhões de dólares em Treasuries e títulos lastreados em hipotecas, cuja maior parte foi comprada na esteira da crise financeira e recessão de 2007-2009.
"O comitê espera atualmente começar a implementar o programa de normalização do balanço este ano, desde que a economia evolua como esperado", disse o Fed em seu comunicado.
De acordo com um adendo divulgado junto com o comunicado, o Fed espera que o plano de redução do balanço contenha a suspensão dos reinvestimento de volumes ainda maiores de títulos a vencer.
O Fed estima que o teto para os Treasuries seja de 6 bilhões de dólares por mês inicialmente, aumentando a 6 bilhões em intervalos de três meses ao longo de 12 meses até que alcance 30 bilhões por mês.
Para os títulos lastreados em hipotecas, o limite será de 4 bilhões de dólares por mês inicialmente, aumentando a 4 bilhões a intervalos trimestrais ao longo de um ano até que alcance 20 bilhões de dólares por mês.
Com isso o Fed elevou a taxa de juros quatro vezes como parte da normalização da política monetária que começou em dezembro de 2015. O banco central havia levado os juros para perto de zero em resposta à crise financeira.
As autoridades também divulgaram novas projeções econômicas, que mostraram preocupação temporária com a inflação e contínua confiança em relação ao crescimento econômico nos próximos anos.
Elas projetaram crescimento econômico dos EUA de 2,2 por cento em 2017, aumento em relação à projeção de março. A inflação foi projetada em 1,7 por cento até o final deste ano, contra 1,9 por cento estimado anteriormente.
A medida preferida do Fed para a inflação caiu a 1,5 por cento, de 1,8 por cento neste ano, e tem ficado abaixo da meta de 2 por cento do banco central há mais de cinco anos.
A expectativa é de que os juros subam mais uma vez até o final deste ano, de acordo com as projeções divulgadas pelo Fed, mantendo a estimativa anterior.
O presidente do Fed de Minneapolis, Neel Kashkari, foi dissidente na decisão desta quarta-feira.
(Tradução Redação São Paulo, 5511 5644-7732)
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