Caiado defende eleições diretas: "Crise não vai se resolver só com o tempo"
O líder do Democratas no Senado Federal, Ronaldo Caiado, voltou a defender uma eleição extraordinária como forma definitiva de superar a crise política.
Durante a votação da PEC 67/2016, aprovada de forma unânime na Comissão de Constituição e Justiça, nesta quarta-feira (31/05), Caiado defendeu o texto que determina eleições diretas nos três primeiros anos de mandato em caso de vacância da Presidência. Pela regra atual, um colégio eleitoral elege o presidente de forma indireta na vacância do cargo até dois anos antes das eleições ordinárias.
"A pergunta que faço: hoje a sociedade se sente atendida por esse colégio eleitoral? Ou estaremos só adiando a crise? Precisamos parar com essa coisa de 'olha, aquele alguém pode ser eleito pelo momento difícil que nós estamos passando'. Gente, vamos parar com esse medo! Temos argumentos suficientes para mostrar que quem provou o governo anterior não quer dele mais. É uma realidade. Essa crise não vai se resolver só com o tempo", afirmou Caiado.
Para o senador, não seria o momento buscar alternativas paliativas, que não contemplem o sentimento da sociedade brasileira. "Não adianta. Não vai resolver. É momento de nós irmos para as urnas, sim, enfrentarmos o debate, ganharmos as eleições. Mostramos que o Brasil quer governante sério", sustentou.
Aplicação
Durante a votação da PEC, governistas argumentaram que, por conta da lei eleitoral, a proposta só passaria a valer para o próximo ano, o que a tornaria inviável no caso de afastamento do presidente Michel Temer. Caiado discorda da argumentação.
"Dessa forma o remédio passa a ser inócuo. Tenho um remédio para aplicar ao paciente mas só posso aplicar no próximo ano? Não temos tempo para isso. Só estaremos adiando a crise", comentou.
Constituição
Ronaldo Caiado acredita que diante do caráter excepcional do momento político que vive o Brasil, é preciso ajustar a regra eleitoral para trazer legitimidade ao processo de escolha. Ele tem defendido eleições gerais, bandeira que levanta desde o impeachment da ex-presidente Dilma.
"Constituição é carta de princípios, não é para regular lei eleitoral. Para se fazer uma eleição direta teríamos que ajustar a Constituição, dentro das regras e normas constitucionais. A minha posição é que não podemos deixar que o medo tome conta das campanhas eleitorais.", argumentou.
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