Goldman Sachs vê risco de o país sofrer uma nova recessão
[Bloomberg] A manutenção da incerteza política ampla e de longa duração seria “altamente corrosiva” para os preços dos ativos e para a economia do Brasil, informou ontem o banco americano Goldman Sachs em relatório. Entre as consequências macroeconômicas, a instituição cita o risco de interrupção da recuperação econômica e, no extremo, haver o que chamam de “recessão em W”, quando a economia sofre duas quedas bruscas entremeadas por um período breve de recuperação.
“A perspectiva para atividade real se tornou muito mais incerta e com forte inclinação a um crescimento mais fraco do que o previsto em nosso atual cenário-base”, alertou o banco. “Nossa expectativa de crescimento real modesto de 0,6% do PIB para 2017 se baseia na hipótese de uma atividade real mais firme durante o segundo semestre, mas pode ser seriamente comprometida pelos desdobramentos recentes”.
O Goldmand Sachs vê ainda risco de rebaixamentos da nota de crédito do Brasil, alerta similar ao já feito pelas agências de classificação de risco Fitch e Moody’s.
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Moody’s: denúncia contra Temer prejudica perspectiva de crédito do Brasil; Fitch vê maior incerteza
Para a agência de classificação de risco Moody’s, as denúncias de Joesley Batista contra o presidente Michel Temer prejudicam a perspectiva de crédito do Brasil e ameaçam “paralisar ou reverter o positivo momento político e econômico observado recentemente.”, afirmou em comunicado divulgado nesta sexta-feira. Já a agência de classificação de risco Fitch afirmou que a crise política eleva a incerteza sobre a aprovação das reformas da Previdência e trabalhista e também podem abalar a recuperação econômica. A agência manteve inalterada, porém, a nota de crédito soberana do Brasil, em “BB” (abaixo do grau de investimento, espécie de selo de bom pagador), com perspectiva negativa.
“As alegações envolvendo o presidente Michel Temer prejudicam a perspectiva de crédito do Brasil ameaçando paralisar ou reverter o positivo momento político e econômico observado recentemente. Elas também desviam o foco dos esforços para a promoção das reformas fiscais. Estas reformas, que são críticas para a melhora da força fiscal do país, provavelmente serão interrompidas”, afirmou a Moody’s em nota divulgada ao mercado.
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