Ilan defende reformas e diz que política monetária não deve reagir a efeitos do câmbio

Publicado em 19/05/2017 13:27

LOGO REUTERS

BRASÍLIA (Reuters) - O presidente do Banco Central, Ilan Goldfajn, reforçou nesta sexta-feira a importância do país continuar no caminho das reformas na economia apesar do cenário de maior incerteza política e que política monetária não deve reagir à volatilidade do mercado de câmbio.

"A política econômica doméstica mudou de direção há um ano e as reformas implementadas neste curto período mostraram resultados positivos, por isso a importância de se continuar no caminho correto, a despeito do aumento da incerteza política", disse ele durante evento em São Paulo em apontamentos divulgados no site do BC.

Nesta sexta-feira, o dólar caía quase 3 por cento frente ao real, após ter marcado na véspera a maior alta diária desde o início de 1999, por conta de denúncias envolvendo o presidente Michel Temer em delações de executivo da JBS.

Ilan afirmou que num ambiente de expectativas de inflação ancoradas, o Comitê de Política Monetária (Copom) deve buscar identificar efeitos primários de choques em preços relativos, aos quais a política monetária não deve reagir.

"Isso se aplica tanto ao choque de oferta favorável nos preços de alimentos, ocorrido nesse início deste ano, quanto a efeitos advindos do mercado de câmbio", afirmou.

O presidente do BC reiterou que a autoridade monetária tem atuado em coordenação com o Ministério da Fazenda para dar liquidez aos mercados e que possui várias instrumentos à disposição para tanto.

Repetindo comunicação feita na véspera, também disse que a atuação tem como objetivo a manutenção da "plena funcionalidade dos mercados" e que será feita de forma "firme e serena".

Ilan também reiterou que "não há relação direta e mecânica dessa atuação e monitoramento com a política monetária, que continuará a ser definida pelo Copom, em suas reuniões ordinárias, com foco nos seus objetivos tradicionais".

No fim do mês, o BC se reúne para sua próxima decisão sobre a Selic, atualmente em 11,25 por cento ao ano. Nesta sexta-feira, a curva a termo de juros indicava cerca de 70 por cento de chances de a Selic ser reduzida em 0,75 ponto percentual. Até a crise política, as apostas majoritárias indicavam redução de 1,25 ponto.

(Por Marcela Ayres)

Já segue nosso Canal oficial no WhatsApp? Clique Aqui para receber em primeira mão as principais notícias do agronegócio
Fonte:
Reuters

RECEBA NOSSAS NOTÍCIAS DE DESTAQUE NO SEU E-MAIL CADASTRE-SE NA NOSSA NEWSLETTER

Ao continuar com o cadastro, você concorda com nosso Termo de Privacidade e Consentimento e a Política de Privacidade.

0 comentário