CNC coordenará participação brasileira no I Fórum Mundial de Produtores de Café, em Medellín, na Colômbia
Publicado em 13/04/2017 13:50
FÓRUM MUNDIAL DE PRODUTORES DE CAFÉ — Na sexta-feira, 7 de abril, o Conselho Nacional do Café recebeu, conforme acertado durante a rodada de reuniões da OIC, em Londres (ING), a delegação colombiana para uma reunião técnica e de ajuste de posicionamento entre as duas maiores nações produtoras de café arábica do mundo. A Colômbia veio representada pelo gerente geral da Federación Nacional de Cafeteros (FNC), Roberto Vélez; pelo diretor executivo da Federação em Nova York, Juan Esteban Orduz; e por Hernando Duque e Alvaro Gaitan, gerente técnico e diretor do Centro Nacional de Investigaciones de Café (Cenicafé), respectivamente.
Vélez destacou que a parceria entre Brasil e Colômbia é fundamental para a produção cafeeira internacional e frisou que, graças aos esforços que os produtores brasileiros realizaram para aumentar a produtividade, o mundo possui produto suficiente para suprir o abastecimento. Entretanto, colombianos e brasileiros detectam algumas ameaças futuras, como as mudanças climáticas, a volatilidade de preços, a concentração da indústria e a sucessão familiar.
Para debater essas questões, criando uma agenda dos países produtores de café, será realizado o I Fórum Mundial de Produtores de Café, em Medellín, na Colômbia, de 10 a 12 de julho deste ano. Além de fomentar a união de esforços entre os países produtores, esta também será uma oportunidade para acompanhar o primeiro pronunciamento do novo diretor executivo da OIC, José Sette.
A respeito das reuniões internacionais, Juan Esteban Orduz destacou que se discute a sustentabilidade social e ambiental, mas nunca a econômica. Nesses fóruns, a indústria sempre está unida e presente, mas não há a participação de representantes de todas as regiões produtoras. Além disso, a agenda discutida é sempre a do setor industrial. E é nesse sentido que surgiu a ideia do Fórum, que pretende tratar exclusivamente da agenda do produtor.
Justificando a necessidade de debate sobre a sustentabilidade econômica, o diretor executivo da FNC em Nova York anotou, ainda, que as cotações do Contrato C, negociado na Bolsa de Nova York, deveriam estar em torno de US$ 3,50 por libra peso se fossem corrigidas pela inflação dos Estados Unidos, que é muito baixa. Porém, embora em muitos países o câmbio desvalorizado contribua para uma melhor remuneração dos cafeicultores na moeda nacional, os preços diminuíram nas últimas décadas, situando-se, em 2016, no mesmo valor nominal da década de 80 (entre US$ 1,20 e US$ 1,40 por libra-peso). Ele também criticou que, dos US$ 173 bilhões de valor agregado na cadeia café até o consumidor final, em média os países produtores recebem apenas US$ 11,3 bilhões.
O presidente executivo do CNC, deputado Silas Brasileiro, ressaltou a iniciativa dos colombianos na organização de um Fórum — que contou com a participação do próprio Conselho Nacional do Café —, o qual se volte ao debate da sustentabilidade econômica entre representantes de todas as regiões produtoras do planeta, mas que também terá a participação dos industriais de Europa, Estados Unidos e Japão.
Ele destacou a importância de os países produtores se unirem e construírem, a partir desse evento, uma agenda positiva dentro da OIC, pois a intenção não é desenvolver atividades conflitantes ou criar novas entidades, mas, sim, alinhar o pensamento e fortalecer o setor produtor dentro da entidade, consequentemente, fortalecendo a própria Organização.
Dentro da estrutura do Fórum, o presidente executivo do CNC será um dos participantes do painel “Sustentabilidade Econômica do Produtor de Café”. Também serão realizados painéis para a discussão sobre “Desenvolvimento Rural e Indicadores Socioeconômicos no Mundo do Café” e “Adaptação a Alterações Climáticas na Produção de Café”, que contará com a participação de Vanusia Nogueira, diretora da nossa associada BSCA.
Cada painel contará com um representante das maiores empresas de café, que possuem projetos de apoio ao fomento da sustentabilidade. O setor financeiro também estará representado por meio de bancos e agências que fornecem crédito ao setor cafeeiro (Banco Mundial, Banco Interamericano de Desenvolvimento, Rabobank, agências para o fomento da África e da Ásia; UBS, entre outros).
O I Fórum Mundial de Produtores de Café contará, ainda, com quatro grupos de trabalho, que fomentarão o debate sobre (i) produção e produtividade; (ii) volatilidade de preços; (iii) trabalho e sucessão familiar; e (iv) mudanças climáticas. As conclusões desses GTs serão agregadas no documento “Declaração do Fórum dos Produtores de Café”, que apresentará os problemas levantados e proporá suas soluções.
A intenção da organização do evento é possibilitar que sejam encontradas as respostas para duas perguntas: “hoje, a cafeicultura mundial é sustentável sob o ponto de vista do produtor?” e “o que podemos fazer coletivamente para corrigir os problemas que se apresentam?”. Silas Brasileiro considera que o Fórum terá um impacto positivo sobre a OIC, unindo os produtores para uma participação mais ativa, possibilitando o encaminhamento de sua agenda.
O CNC coordenará, junto às cooperativas e à Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), a composição e a participação da delegação do Brasil no Fórum. Os contatos com o Governo Federal já foram iniciados nesse sentido e há a possibilidade que o Presidente Michel Temer compareça ao evento, demonstrando sua preocupação com o setor que mais gera emprego no País, que é a cafeicultura, e, ainda, para agradecer formal e presencialmente ao povo colombiano, em especial de Medellín, por todas assistência, solidariedade, compaixão e presteza demonstradas no trágico episódio da queda do voo da Chapecoense, que enfrentaria o Atlético Nacional pela final da Copa Sul-americana de futebol em 2016.
MERCADO – Os futuros do café arábica apresentaram baixa volatilidade nessa semana mais curta, devido ao feriado de amanhã, em meio à intensificação das rolagens de posição para fora do vencimento maio.
No Brasil, o dólar comercial encerrou a sessão de ontem a R$ 3,1339. A precificação do câmbio foi influenciada principalmente pelo cenário político doméstico e seu impacto sobre o andamento das reformas fundamentais à retomada do crescimento econômico, além do crescimento da tensão geopolítica internacional nos últimos dias.
Em relação à safra brasileira, o Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea) informou que as condições climáticas seguem favoráveis ao enchimento dos grãos de arábica. Quanto à colheita do conilon, as chuvas em Rondônia prejudicam a intensificação dos trabalhos. Já no Espírito Santo, o clima mais firme é positivo à preparação da colheita que se aproxima.
Na ICE Futures US, o vencimento julho do Contrato C foi cotado, na quinta-feira, a US$ 1,4060 por libra-peso, com queda de 180 pontos em relação ao fechamento da semana passada. O vencimento julho do contrato futuro do robusta, negociado na ICE Futures Europe, encerrou o pregão de ontem a US$ 2.183 por tonelada, com desvalorização de US$ 11 em relação à última sexta-feira.
O mercado doméstico apresentou baixa liquidez de negócios, já que os preços encontram-se aquém das expectativas dos vendedores. Os indicadores calculados pelo Cepea para as variedades arábica e conilon foram cotados, ontem, a R$ 474,25/saca e a R$ 413,39/saca, respectivamente, com variações de 0,2% e -1,2%, em relação ao fechamento da semana anterior.
Vélez destacou que a parceria entre Brasil e Colômbia é fundamental para a produção cafeeira internacional e frisou que, graças aos esforços que os produtores brasileiros realizaram para aumentar a produtividade, o mundo possui produto suficiente para suprir o abastecimento. Entretanto, colombianos e brasileiros detectam algumas ameaças futuras, como as mudanças climáticas, a volatilidade de preços, a concentração da indústria e a sucessão familiar.
Para debater essas questões, criando uma agenda dos países produtores de café, será realizado o I Fórum Mundial de Produtores de Café, em Medellín, na Colômbia, de 10 a 12 de julho deste ano. Além de fomentar a união de esforços entre os países produtores, esta também será uma oportunidade para acompanhar o primeiro pronunciamento do novo diretor executivo da OIC, José Sette.
A respeito das reuniões internacionais, Juan Esteban Orduz destacou que se discute a sustentabilidade social e ambiental, mas nunca a econômica. Nesses fóruns, a indústria sempre está unida e presente, mas não há a participação de representantes de todas as regiões produtoras. Além disso, a agenda discutida é sempre a do setor industrial. E é nesse sentido que surgiu a ideia do Fórum, que pretende tratar exclusivamente da agenda do produtor.
Justificando a necessidade de debate sobre a sustentabilidade econômica, o diretor executivo da FNC em Nova York anotou, ainda, que as cotações do Contrato C, negociado na Bolsa de Nova York, deveriam estar em torno de US$ 3,50 por libra peso se fossem corrigidas pela inflação dos Estados Unidos, que é muito baixa. Porém, embora em muitos países o câmbio desvalorizado contribua para uma melhor remuneração dos cafeicultores na moeda nacional, os preços diminuíram nas últimas décadas, situando-se, em 2016, no mesmo valor nominal da década de 80 (entre US$ 1,20 e US$ 1,40 por libra-peso). Ele também criticou que, dos US$ 173 bilhões de valor agregado na cadeia café até o consumidor final, em média os países produtores recebem apenas US$ 11,3 bilhões.
O presidente executivo do CNC, deputado Silas Brasileiro, ressaltou a iniciativa dos colombianos na organização de um Fórum — que contou com a participação do próprio Conselho Nacional do Café —, o qual se volte ao debate da sustentabilidade econômica entre representantes de todas as regiões produtoras do planeta, mas que também terá a participação dos industriais de Europa, Estados Unidos e Japão.
Ele destacou a importância de os países produtores se unirem e construírem, a partir desse evento, uma agenda positiva dentro da OIC, pois a intenção não é desenvolver atividades conflitantes ou criar novas entidades, mas, sim, alinhar o pensamento e fortalecer o setor produtor dentro da entidade, consequentemente, fortalecendo a própria Organização.
Dentro da estrutura do Fórum, o presidente executivo do CNC será um dos participantes do painel “Sustentabilidade Econômica do Produtor de Café”. Também serão realizados painéis para a discussão sobre “Desenvolvimento Rural e Indicadores Socioeconômicos no Mundo do Café” e “Adaptação a Alterações Climáticas na Produção de Café”, que contará com a participação de Vanusia Nogueira, diretora da nossa associada BSCA.
Cada painel contará com um representante das maiores empresas de café, que possuem projetos de apoio ao fomento da sustentabilidade. O setor financeiro também estará representado por meio de bancos e agências que fornecem crédito ao setor cafeeiro (Banco Mundial, Banco Interamericano de Desenvolvimento, Rabobank, agências para o fomento da África e da Ásia; UBS, entre outros).
O I Fórum Mundial de Produtores de Café contará, ainda, com quatro grupos de trabalho, que fomentarão o debate sobre (i) produção e produtividade; (ii) volatilidade de preços; (iii) trabalho e sucessão familiar; e (iv) mudanças climáticas. As conclusões desses GTs serão agregadas no documento “Declaração do Fórum dos Produtores de Café”, que apresentará os problemas levantados e proporá suas soluções.
A intenção da organização do evento é possibilitar que sejam encontradas as respostas para duas perguntas: “hoje, a cafeicultura mundial é sustentável sob o ponto de vista do produtor?” e “o que podemos fazer coletivamente para corrigir os problemas que se apresentam?”. Silas Brasileiro considera que o Fórum terá um impacto positivo sobre a OIC, unindo os produtores para uma participação mais ativa, possibilitando o encaminhamento de sua agenda.
O CNC coordenará, junto às cooperativas e à Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), a composição e a participação da delegação do Brasil no Fórum. Os contatos com o Governo Federal já foram iniciados nesse sentido e há a possibilidade que o Presidente Michel Temer compareça ao evento, demonstrando sua preocupação com o setor que mais gera emprego no País, que é a cafeicultura, e, ainda, para agradecer formal e presencialmente ao povo colombiano, em especial de Medellín, por todas assistência, solidariedade, compaixão e presteza demonstradas no trágico episódio da queda do voo da Chapecoense, que enfrentaria o Atlético Nacional pela final da Copa Sul-americana de futebol em 2016.
MERCADO – Os futuros do café arábica apresentaram baixa volatilidade nessa semana mais curta, devido ao feriado de amanhã, em meio à intensificação das rolagens de posição para fora do vencimento maio.
No Brasil, o dólar comercial encerrou a sessão de ontem a R$ 3,1339. A precificação do câmbio foi influenciada principalmente pelo cenário político doméstico e seu impacto sobre o andamento das reformas fundamentais à retomada do crescimento econômico, além do crescimento da tensão geopolítica internacional nos últimos dias.
Em relação à safra brasileira, o Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea) informou que as condições climáticas seguem favoráveis ao enchimento dos grãos de arábica. Quanto à colheita do conilon, as chuvas em Rondônia prejudicam a intensificação dos trabalhos. Já no Espírito Santo, o clima mais firme é positivo à preparação da colheita que se aproxima.
Na ICE Futures US, o vencimento julho do Contrato C foi cotado, na quinta-feira, a US$ 1,4060 por libra-peso, com queda de 180 pontos em relação ao fechamento da semana passada. O vencimento julho do contrato futuro do robusta, negociado na ICE Futures Europe, encerrou o pregão de ontem a US$ 2.183 por tonelada, com desvalorização de US$ 11 em relação à última sexta-feira.
O mercado doméstico apresentou baixa liquidez de negócios, já que os preços encontram-se aquém das expectativas dos vendedores. Os indicadores calculados pelo Cepea para as variedades arábica e conilon foram cotados, ontem, a R$ 474,25/saca e a R$ 413,39/saca, respectivamente, com variações de 0,2% e -1,2%, em relação ao fechamento da semana anterior.
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Fonte:
CNC
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