Café: Bolsa de NY sobe 200 pts nesta 6ª com compras especulativas e fecha semana com leve alta acumulada
As cotações futuras do café arábica na Bolsa de Nova York (ICE Futures US) fecharam a semana praticamente estáveis diante da falta de novidades que o mercado tem apresentado nos últimos dias. Os vencimentos registraram alta acumulada de pouco mais de 0,50% e os lotes com entrega para maio/17 saíram de 139,30 cents/lb para 140,05 cents/lb. Na conversão em real, a variação foi de pouco mais de 0,85%.
Nesta sexta-feira (7), o contrato maio/17, referência de mercado, anotou 140,05 cents/lb com valorização de 230 pontos, o julho/17 registrou 142,40 cents/lb também com 230 pontos positivos. Já o vencimento setembro/17 encerrou o dia com 144,75 cents/lb com avanço de 230 pontos e o dezembro/17, mais distante, subiu 230 pontos, fechando a 148,15 cents/lb. Essa é a segunda alta seguida no mercado.
"Em um dia marcado por compras especulativas e também pela continuidade das rolagens de posições do maio para o junho, a cotação para vencimento em maio registrou alta de 230 pontos. Vale destacar o bom volume de negócios no terminal norte-americano 53.364 contratos", explicou em relatório o analista de mercado da Origem Corretora, Anilton Machado.
O mercado do arábica só fechou no positivo na semana por conta da alta de hoje, que foi motivada por ajustes técnicos depois que os principais vencimentos no mercado chegaram a ficar abaixo do patamar de US$ 1,40 por libra-peso nos últimos dias. Do contrário, a ICE manteria a inclinação negativa presenciada ao longo da semana diante dos relatos de abastecimento estável globalmente.
"Fundamentalmente não há novidades. Os diferenciais continuam “fracos” para os cafés suaves, firmes dentro do Brasil, mais oferecidos no spot com interesse pontual de compradores e de lado no Vietnã", disse em relatório durante a semana o analista de mercado e diretor da Comexim nos Estados Unidos, Rodrigo Costa.
A trader sul africana I&M Smith reportou em seu informativo desta sexta informações sobre o clima no Brasil. No entanto, esse dado ainda não exerce influência sobre o mercado. "Foi um mês seco até agora para as principais áreas de café do Brasil, mas uma frente fria agora vinda do Sul do país, pode trazer chuvas no próximo fim de semana. No entanto, embora o clima tenha sido mais quente e seco nas últimas semanas, existem níveis razoáveis de água no solo", disse.
A trader também reportou que a nova safra de café da Costa Rica foi danificada pela chuva e deve ser inferior a 1,4 milhão de sacas. "Essa não é uma notícia notável para os mercados, já que a Costa Rica é um fornecedor relativamente pequeno em termos de produção regional na América Central e uma pequena oferta na Costa Rica é ofuscada pelo aumento da oferta de café em Honduras", disse a trader.
A Conab (Companha Nacional de Abastecimento), em sua primeira estimativa, aponta a produção brasileira de arábica entre 35,01 milhões e 37,88 milhões de sacas.
O dólar comercial avançou no dia 0,14%, a R$ 3,1502 na venda. A moeda voltou ao patamar de R$ 3,15 após o governo anunciar um meta de déficit primário para 2018 pior do que esperava o mercado. As informações são da Reuters. Na semana, a divisa acumulou alta de 0,61%. As oscilações do câmbio impactam diretamente nas exportações da commodity.
Leilões da Conab
Foi arrematada na quarta-feira (5) toda a oferta de cerca de 3,5 mil sacas de 60 kg de café arábica no leilão público da Conab (Companhia Nacional de Abastecimento). Os preços negociados, dependendo do lote, foram de R$ 361,88 a R$ 450,30 a saca. Com a venda, o governo arrecadou R$ 1,65 milhão.
Esses leilões, segundo nota da Conab, marcam o encerramento das ofertas de café arábica autorizadas pelo Conselho Interministerial de Estoques Públicos (Ciep). As operações tiveram início em janeiro. No total, foram comercializadas 6,76 milhões de sacas de café dos estoques públicos em 10 leilões.
Mercado interno
Durante a semana e nos últimos dias poucos negócios são registradas nas praças de comercialização do Brasil. De acordo com o Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada, da Esalq/USP), o Indicador do café arábica do tipo 6, bebida dura para melhor, posto na capital paulista, teve média de R$ 485,91/saca de 60 kg, a menor desde maio de 2016, em termos reais.
"Segundo pesquisadores do Cepea, a pressão veio especialmente do baixo ritmo de negócios e da queda nos valores externos do grão. No geral, houve grande disparidade entre os preços ofertados por compradores e os pedidos por produtores, limitando os fechamentos no correr de março. Para abril, a expectativa de agentes consultados pelo Cepea é que a liquidez aumente, dada a necessidade de produtores “fazerem caixa” com a proximidade da colheita da nova temporada (2017/18) – as atividades devem ser iniciadas em junho em muitas regiões.", reportou o Centro.
No fechamento semanal, o campo negativo prevaleceu na maioria das praças de comercialização verificadas pelo Notícias Agrícolas.
O tipo cereja descascado anotou maior variação na semana em Patrocínio (MG) com queda de 1,96% (-R$ 10,00), encerrando a R$ 500,00 a saca. A cidade de Franca (SP) teve o maior valor de negociação dentre as praças no período com saca a R$ 530,00 – estável.
No tipo 4, a maior variação na semana foi registrada em Franca (SP), com desvalorização de 2,00% (-R$ 10,00) e saca a R$ 490,00. A cidade com o maior valor de negociação na semana foi Guaxupé (MG) com R$ 540,00 (estável).
O tipo 6 duro teve maior oscilação na semana em Varginha (MG) com alta 2,13% (+R$ 10,00) e R$ 480,00 a saca. A praça com maior valor no período foi Araguari (MG) com saca a R$ 495,00 e alta de 1,02% (+R$ 5,00).
Na quinta-feira (6), o Indicador CEPEA/ESALQ do arábica tipo 6, bebida dura para melhor, teve a saca de 60 kg cotada a R$ 423,13 com queda de 0,84%.
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