Demanda pelo farelo de soja chinês diminui e margens ruins de esmagamento do grão ajudam a pressionar soja
A terça-feira (4) foi mais um dia de pequenas quedas para as cotações da soja na Bolsa de Chicago (CBOT). De acordo com o analista de mercado Mário Mariano, da Novo Rumo Corretora, o movimento baixista é acentuado, diante do cenário atual que criou uma condição fundamentada com excessiva produção.
A única possibilidade de o mercado respirar a curto prazo seria um aumento do esmagamento na China, que se encontra no menor índice dos últimos 22 meses. No entanto, a demanda dos chineses está deprimida apenas para os Estados Unidos e não a nível global. Outros players não-tradicionais, como a Índia, também entram na competição pela venda do farelo, tirando o espaço dos chineses e contribuindo para uma reprodução desse cenário nos preços brasileiros.
Além da redução de demanda chinesa, há um aumento de produção estimado na Argentina e a divulgação de relatórios baixistas pelo Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) na última sexta-feira (31), que indicaram uma maior área de soja para essa safra e um número de estoques acima do esperado pelo mercado. Com isso, houve uma saída dos fundos que estavam comprados e os fundos de commodities aumentaram o número de posições vendidas. Com isso, Mariano acredita que o cenário contina vigoroso para novas baixas.
De acordo com análise de Mariano, no dia 1 de março, a soja estava a R$63 em Rondonópolis (MT). Hoje, o valor é de R$54, com perda de 17%. Houve perdas também nos prêmios praticados nos portos. O cenário, para ele, só não é pior porque há uma previsão de redução de preços de transportes para os produtores, que está em torno de R$25 a R$30 a tonelada.
Para o analista, não tem outro cenário, se não o climático sobre a nova safra americana, para reverter os preços de agora. Entretanto, os plantios americanos ainda são muito recentes e deverão trazer alguma preocupação apenas a partir do mês de junho.
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