Mercado de carnes: Compradores estão cautelosos e preços em abaixa

Publicado em 03/04/2017 08:04

Mercado do boi gordo cauteloso

Por Scot Consultoria

Apesar da pressão de baixa continuar em algumas praças, na abertura do mercado desta sexta-feira já se nota maior estabilidade nas referências.

Após grande especulação e testes de preços durante a semana, as indústrias estão cautelosas nos negócios. 

É possível observar frigoríficos com estoques elevados, pulando dias de abate. Esse cenário é decorrente do fraco escoamento da carne e resulta em falta de apetite das indústrias para compra de matéria-prima. 

Em São Paulo a referência está estável em R$ 139,50/@, à vista. Porém há ofertas de até R$ 131,00/@ nas mesmas condições, mas os negócios não avançam nestes patamares.

Após a queda de ontem, o mercado atacadista de carne com osso permaneceu estável. O boi casado de animais castrados está cotado em R$ 9,21/kg.

Suíno vivo: Baixa procura por animais derruba preços na semana

Por Larissa Albuquerque

Os preços do suíno vivo estão em queda no mercado brasileiro. Além da tradicional retenção de consumo na segunda quinzena do mês e o período de quaresma, o mercado de suínos enfrenta dificuldades devido aos efeitos da operação Carne Fraca, deflagrada pela Polícia Federal na sexta (17).

As indefinições sobre a demanda são tamanhas que em Santa Catarina, a bolsa de suínos definiu pela segunda semana consecutiva preços em aberto. Segundo informou o presidente da ACCS (Associação dos Criadores de Suínos do Estado), Losivanio Luiz de Lorenzi, "os frigoríficos estavam ofertando abaixo dos R$ 4/kg solicitado pelos produtores", por isso, o valor ficou em aberto.

E esse consumo prejudicado não demonstra sinais de melhora em toda a cadeia de proteínas animais. Segundo a Scot Consultoria, em decorrência das denúncias da PF "os compradores diminuíram as compras, pois o momento é de não acumular estoques", diz.

No curto prazo, a Consultoria afirma que o mercado deve continuar lento, onde novas quedas nos preços não estão descartadas.

O levantamento semanal de preço realizado pelo economista do Notícias Agrícolas, André Lopes, mostrou que em oito praças pesquisadas, a queda na referência ocorreu em seis delas. O destaque ficou por conta de São Paulo, onde o percentual de perda foi de 7,71%, deixando o quilo do animal vivo cotado a R$ 4,43.

No atacado, a baixa procura pela carne no mercado interno pressionou as cotações na semana.Segundo colaboradores do Cepea, os cortes foram os primeiros a absorver a baixa demanda. As desvalorizações no atacado, por sua vez, já vêm sendo repassadas ao mercado de animais vivos na maioria das regiões pesquisadas pelo Centro.

Exportações

As exportações de carne de suína 'in natura' apresentaram declínio na comparação anual, após os embargos realizados por importantes compradores em retaliação a operação Carne Fraca.

Os dados do Ministério da Indústria, Serviços e Comércio Exterior, divulgado nesta segunda (27), trouxeram um total de 45,9 mil toneladas embarcadas até a 4ª semana de março (dezoito dias úteis). Esse resultado significa queda de 1,2% no volume exportado, se comparado ao igual período de 2016.

Em relação ao mês passado, as vendas externas seguem positivas em 3,9%.

Frango: Mesmo com operação Carne Fraca, exportações podem fechar março em alta

Por Larissa Albuquerque

As vendas de carne de frango 'in natura' demonstraram recuo expressivo na quarta semana de março, período em que os embarques do país foram afetados pelos efeitos da operação Carne Fracos, da Polícia Federal.

No entanto, a estimativa do Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada) é de que mesmo com o período de paralisação, as exportações "devem encerrar março em alta, reforçada pela recente reabertura de importantes países compradores".

Na visão do Centro, pelo Brasil ser o maior exportador mundial de carne de frango, muitos países são dependentes da produção brasileira, especialmente, porque o setor vivencia um surto de Influenza Aviária em países da Ásia, África, Europa e América.

Os dados do Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços divulgados nesta segunda (27), apontam uma queda de 8,5% no volume embarcado nos dezoito dias úteis desse mês, se comparado ao igual período de fevereiro. Com acumulado de 275,4 mil toneladas, as vendas também recuaram 8,6% na relação anual.

A receita do período está em US$ 461,6 milhões, apresentando perda de 8% frente ao mês passado, porém superior em 10,5% na comparação anual.

Para o analista da MB Agro, César de Castro Alves, se as restrições de compras permanecerem apenas as 21 unidades investigadas, não haverá comprometimento ao resultado final nas exportações em 2017.

Mercado

E apesar dos dados positivos quanto as vendas externas, no mercado doméstico o cenário ainda é preocupante. Uma combinação de fatores vem derrubando os preços da ave viva no Brasil.

Segundo levantamento de preço realizado pelo economista do Notícias Agrícolas, André Lopes, houve queda em cinco praças nesta semana. O maior recuo ocorreu em Minas Gerais e São Paulo, ambas com perda de 7,27%, deixando o quilo do animal vivo cotado a R$ 2,55/kg.

O mercado pouco movimentado é conseqüência, não só dos contratempos causados pela operação Carne Fraca, da Polícia Federal. Mas, também pela segunda quinzena do mês, onde tradicionalmente o consumo interno de carnes se enfraquece.

A pesquisa de preço do Cepea indicou que entre 23 e 30 de março, a carne resfriada se desvalorizou 1,4% no atacado da Grande São Paulo, a R$ 3,64/kg. Para o frango inteiro congelado, a queda de 2,3% de 23 a 30 de março levou o preço médio a R$ 3,75/kg também na Grande São Paulo.

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Notícias Agrícolas + Scot

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