Brexit pode abrir portas no mercado britânico para exportadores fora da União Europeia
O Brexit poderá ser uma boa notícia para os exportadores agrícolas fora da União Europeia, se o governo do Reino Unido decidir priorizar os baixos preços dos alimentos, adotando o modelo neozelandês, disse o Rabobank.
No entanto, qualquer que seja o resultado das negociações, um aumento nos preços de alguns bens, como legumes frescos e azeite, é meio inevitável, disse o banco.
Ainda assim, o lançamento oficial das negociações para deixar a União Europeia perturbou pouco os mercados do Reino Unido na quarta-feira (29), com a libra oscilando pouco e os preços do trigo britânico negociando de ambos os lados.
Artigo 50 desencadeado
Em uma carta ao presidente da União Europeia, Donald Tusk, a primeira-ministra britânica, Theresa May, oficializou o artigo 50, lançando uma negociação de dois anos a respeito dos termos da saída do Reino Unido.
A atenção irá se centrar agora nos detalhes das futuras relações económicas e comerciais entre o Reino Unido e a UE - e irá decidir também se isso é um acordo provisório ou de um acordo comercial permanente.
"Grande parte do foco atual a respeito de como o Reino Unido comercializará pós-Brexit gira em torno de uma continuação do comércio com a UE ou então atua fornecendo proteção adicional aos seus produtores rurais, impondo tarifas de importação protecionistas", disse Harry Smit, analista sênior do Rabobank.
"No entanto, em nossa opinião, um terceiro cenário possível, não tão amplamente discutido, é o modelo da Nova Zelândia - no qual se elimina todas as tarifas de importação de alimentos. Tal movimento poderia ser "uma má notícia para a União Europeia", disse Smit. Antes, a UE tinha acesso preferencial aos compradores britânicos por meio do mercado único.
Aumentos de preços para alguns bens são inevitáveis
Mas Rabobank adverte que os preços para muitos produtos agrícolas aumentarão. "Isso porque, uma vez que o Reino Unido está fora da área de livre comércio, será forçado a impor controles extra-fronteira, tornando a importação da UE mais cara", disse Rabobank.
"O azeite, as flores e as frutas frescas, como alguns tipos de tomates, pimentões e peras, estão entre os produtos que o Reino Unido não pode produzir e só poderia obter da UE, mesmo após o Brexit", sugeriu Rabobank, sugerindo que os preços destes produtos poderiam ter um aumento de cerca de 8%.
Tradução: Izadora Pimenta
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