Mercado de carnes tem semana de preços sem referência, refletindo operação da PF
Mercado do boi gordo segue indefinido e com muita especulação
Por Scot Consultoria
Na abertura do mercado do boi gordo desta sexta-feira, o cenário observado ainda é de indefinição.
Muitas empresas ainda estão cautelosas observando os rumos que o mercado pode tomar e, dessa forma aguardam a próxima semana para retornarem às compras.
Por outro lado, os frigoríficos que estão em negociações, pressionam o mercado, ofertando valores de até R$ 5,00 a menos por arroba, porém nestas condições não há negócios concretizados e o mercado trava.
Em São Paulo a referência para a arroba do animal terminado recuou e está cotada em R$ 143,00 à vista. Existem empresas ofertando até R$ 138,00/@ nas mesmas condições, porém não há negócios neste valor.
Para o pecuarista o momento é de cautela, pois há muita especulação no mercado.
O mercado atacadista de carne bovina com osso segue sem novidades. O boi casado de animais castrados está cotado em R$ 9,64/kg.
Suíno Vivo: mercado encerra semana com incertezas, mas efeitos da Carne Fraca ainda são pequenos para os preços
Por Izadora Pimenta
Em entrevista ao Notícias Agrícolas, a analista de mercado Juliana Pila, da Scot Consultoria, apontou que o mercado interno de suínos permaneceu firme nas granjas ao longo da semana. No atacado, no entanto, houve uma queda na carcaça de suíno de 4,3%, de R$7 para R$6,70 o quilo, atribuída às vendas travadas nos últimos dias, com menor necessidade dos compradores de se abastecerem.
O poder aquisitivo dos consumidores também se mostra debilitado. Os efeitos da operação Carne Fraca, da Polícia Federal, são considerados, já que geram incertezas tanto no mercado doméstico quanto no mercado externo, mas a segunda quinzena do mês é tradicionalmente conhecida pela retração no consumo.
Na análise semanal realizada pelo economista do Notícias Agrícolas, André Lopes, o mercado do suíno apresentou variação negativa em duas praças do país: Mato Grosso e Mato Grosso do Sul. O restante das praças permaneceu estável.
Em Mato Grosso, a variação negativa foi de -0,54%, com o preço do suíno passando de R$3,71/kg no início da semana para R$3,69/kg ao final. Em Mato Grosso do Sul, variação negativa de -1,60%, passando de R$3,76/kg para R$3,70/kg.
A maior cotação é observada em São Paulo, que manteve a semana a R$4,80/kg.
Perspectivas
Para o suinocultor, os patamares de preços estão 33% maiores em relação ao ano passado, na avaliação da analista da Scot. Porém, ela diz que os impactos dos próximos dias ainda devem ser aguardados. O momento, portanto, é de cautela para todos os integrantes do setor - tanto produtores quanto compradores. "Qualquer decisão precipitada pode estar desalinhada com o mercado quando ele voltar a atuar de acordo com os fundamentos", analisa Pila.
O Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea) da Esalq/USP analisa também que a operação da PF trouxe "incertezas à suinocultura brasileira, especialmente quanto à reação do consumidor final". Na checagem do centro, o impacto nos preços tanto do animal vivo quanto da carne tem sido pequeno, com estabilidade ou ligeiras quedas, mas agentes de frigoríficos e produtores consultados estão cautelosos na negociação de novos lotes.
Exportações
As exportações de carne suína, por sua vez, estavam caminhando em um bom ritmo até o momento, como aponta Pila. No primeiro bimestre do ano, foi exportado 20% a mais de carne em relação ao mesmo período do ano passado. Após a retaliação temporária por parte de alguns países - principalmente, da China, que representou 30% das exportações de suínos brasileiras no ano, até o momento - o mercado doméstico também poderá sofrer alguns impactos, já que o aumento de oferta no mercado interno deve gerar pressão sobre os preços.
Na segunda-feira (20), o Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços (MDIC) divulgou que as exportações de carne suína "in natura" seguiam positivas até a terceira semana de março, com 35,8 mil toneladas embarcadas no período, crescimento de 12,4% em relação ao mês anterior e 6,8% em relação ao mesmo período de 2016, com resultado em receita de US$88 milhões (preço da tonelada: US$2.457,4).
Frango vivo: semana encerra estável nas principais praças, com exceção de Minas Gerais
Por Izadora Pimenta
A semana do mercado de aves no país termina com o Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), da Esalq/USP, indicando que as vendas de carne de frango no atacado na Grande São Paulo se enfraqueceram ainda mais nos últimos dias, diante dos desdobramentos da operação Carne Fraca, da Polícia Federal.
O analista Fernando Henrique Iglesias, da Safras & Mercado, apontou que o momento vem sendo bastante complicada para o mercado de carnes em geral, com o volume de embarques caindo sensivelmente e um quadro bastante delicado, diante de diversos países que anunciaram embargo ao produto brasileiro. A situação, de maneira geral, deve trazer algumas alterações ao setor, principalmente a partir da próxima segunda (27), quando os dados de exportação semanais serão divulgados e também com a carne que não foi embarcada se acumulando nas câmaras frigoríficas.
Ao longo da semana, os preços ainda não apresentaram muitas novidades nas principais praças. De acordo com levantamento realizado pelo economista do Notícias Agrícolas, André Lopes, a praça de Minas Gerais foi a única a mostrar uma variação negativa de preços, de -1,79%, encerrando com as negociações a R$2,75.
As demais praças se mantiveram estáveis nos números, com a maior referência sendo observada em São Paulo, também a R$2,75.
Retração
Iglesias lembra que os preços da avicultura já apresentam certa retração, sobretudo nos pintos de corte. Na avaliação do Cepea, também é indicado que os preços dos cortes recuaram: entre 16 e 23 de março, o peito de frango resfriado teve uma desvalorização de 5,2%, com o quilo cotado a R$4,88. As baixas, entretanto, só não são maiores devido à oferta reduzida de animais para abate no primeiro trimestre deste ano.
Exportações
No levantamento semanal do Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços (MDIC), divulgado na última segunda-feira (20), até a terceira semana de março foram embarcadas 197,3 mil toneladas de carne de frango "in natura", crescimento de 16,7% em relação ao mês anterior e queda de 9,4% em relação a igual período de 2016. A receita é de US$329,5 milhões, com o preço da tonelada a US$ 1.669,8.
Ao contrário do que ocorre no mercado de carne bovina, no qual o Brasil poderá ter seu lugar tomado pela Austrália na importação desses produtos para a China, a concorrência no mercado de aves, apesar de ser uma possibilidade, é mais delicada. O analista da Safras & Mercado lembra que o principal concorrente seria os Estados Unidos, mas como há a presença de uma cepa de Influenza Aviária no país, afetando diversas granjas, as pretensões de tomada de algum mercado brasileiro são mais travadas.
No entanto, os embargos começam a se refletir no mercado. Ontem, o presidente da Lar Cooperativa Agroindustrial, Irineo da Costa Rodrigues, disse, em entrevista ao Notícias Agrícolas, que 45 contêineres com carne de frango estavam parados nos portos da China.
“Essa é uma grande preocupação, uma vez que em torno de 43% do que exportamos de carne de frango vai para o mercado chinês. Atualmente, temos 217 contêineres destinados ao país, 45 já estão lá e mais 45 parados no Porto de Paranaguá. Ainda temos 127 em trânsito, mas é preciso acompanhar, pois a China anunciou que manteria a suspensão por sete dias. Esperamos que a nação volte atrás na medida”, disse o presidente.
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