Para garantir a eficiência, produtores devem utilizar as novas tecnologias de milho de maneira sustentável
Em entrevista ao Notícias Agrícolas, o Presidente da Associação Brasileira de Milho e Sorgo, Décio Karam, destaca que, há muitos anos, a pesquisa científica dedicou uma mudança para o melhoramento genético do milho. Com o tempo, novas tecnologias trouxeram mudanças para as áreas do cereal, inserindo a resistência a alguns insetos. No entanto, "não adianta ter essa tecnologia se não tiver potencial produtivo", aponta. "Mas isso está sendo melhorado.
O presidente detalha que, no cenário atual, com média entre milho verão e milho safrinha, o Brasil alcança uma produtividade de 5100kg por hectare - um avanço considerável em relação ao passado, quando não se alcançava 3000kg/ha. Porém, o patamar expressado pela genética chega até a 15.000kg/ha em algumas áreas experimentais. Na cidade de Guarapuava (PR), a média dos produtores está entre 12.000kg/ha. Logo, "temos possibilidade de aumentar essa média no Brasil", diz.
Para isso, a condução da lavoura é essencial. Como informa Karam, 50% da garantia da produção está no plantio. Se o cultivar correto para a região for escolhido e a janela de plantio for a ideal, a implantação bem feita, aliada com as condições climáticas, traz ganhos para a produtividade da área.
Karam salienta ainda a importância da realização da área de refúgio. "Se não temos aquela área onde os insetos podem conviver, você vai quebrando a resistência", conta. O refúgio, portanto, é essencial para a manutenção da tecnologia, podendo ser feito tanto com o milho transgênico quanto o convencional.
Na questão da resistência, ele também salienta que "o produtor tem que entender que a planta não é resistente a todos os insetos", lembrando a preocupação dos produtores brasileiros com o ataque da Cigarrinha, que é uma praga que deve ser combatida em manejo anterior ao plantio de milho, eliminando o inseto hospedeiro.
Um ponto crucial para a produção de milho do país ainda é a logística, que não é suficiente para atender toda a necessidade existente. Com os problemas mercadológicos, muitos produtores apostam também no sorgo, que, além de tudo, possui uma tolerância diferenciada ao estresse hídrico. Karam diz que o sorgo não deve ser pensado apenas como um substituto, mas que também deve ser visto como um cereal que possui uma genética de alta produtividade e que pode ser uma real alternativa de cultivo.
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