Relatório do USDA pode promover movimento pontual de alta na soja em Chicago. Mas tendência ainda é negativa para cotações
Nesta segunda-feira (6), o mercado da soja fechou estável na Bolsa de Chicago (CBOT), sem grandes mudanças em relação ao fechamento da última sexta-feira, mesmo oscilando entre movimentos negativos e positivos ao longo do dia.
"O mercado devolveu e fechou no zero", diz Ginaldo de Sousa, da Labhoro Corretora. Alguns fatores pontuais, como notícias sobre pontos alagados na Argentina, de pouca expressão, a logística brasileira, com grandes prejuízos para os envolvidos no complexo e a notícia que que o vale de Ohio teria chuvas em excesso, assim como Tenessee - os americanos já plantam nas áreas do Sul - ajudaram a criar certo clima no mercado de hoje. Os fundos, por sua vez, estão bem comprados. Com esses fatores, fundos pequenos que estavam vendidos cobriram suas posições.
No resumo do mercado, não há notícia de grande importância que seja capaz de mexer com as cotações. Nas próximas semanas, a colheita de soja na Argentina poderá trazer alguns resultados preliminares sobre a safra ainda incerta, bem como a participação do Brasil na entrada de produtos no mercado.
Na próxima quinta-feira (9), tanto o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) e a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) divulgarão seus relatórios mensais. Ginaldo, no entanto, não acredita em um fato capaz de fazer com que os preços subam. "Se vier, será motivo de venda por parte de algumas empresas brasileiras, porque elas sabem que o mercado acima de US$10,40/bushel e US$10,50/bushel tem vida curta", diz.
Caso a soja em Chicago chegue a bater os US$10,50/bushel, Ginaldo vê uma "oportunidade de venda". Ele destaca também a necessidade dos produtores de colocarem sua soja no mercado em abril e não acredita que os produtores tentarão financiar essa soja novamente, correndo o risco.
Em relação ao dólar, ele aponta que "é preciso que o produtor entenda que a alta que tivemos durante o ano passado foi uma coisa superficial", motivada pelo quadro político do Brasil. Mesmo com uma alta da taxa de juros dos Estados Unidos, o câmbio poderá chegar até a R$3,30, mas Ginaldo não vê um aumento maior do que isso. "O câmbio voltou para a realidade. Ele estava superficialmente alto", avalia.
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