Café: Após quase ficar abaixo de US$ 1,40/lb, Bolsa de Nova York sobe mais de 200 pts nesta 5ª feira
As cotações futuras do café arábica na Bolsa de Nova York (ICE Futures US) fecharam a sessão desta quinta-feira (9) com alta de mais de 200 pontos. Esse avanço, baseado essencialmente em indicadores gráficos e ajustes, fez com que os vencimentos mais próximos do mercado voltassem a testar o patamar de US$ 1,45 por libra-peso. Essa é a segunda alta consecutiva nos preços externos do grão depois do vencimento março/17 quase ficar abaixo de US$ 1,40/lb nos últimos dias.
O contrato março/17, referência de mercado, encerrou a sessão de hoje cotado a 145,20 cents/lb com 230 pontos de alta, o maio/17 anotou 147,60 cents/lb com valorização de 230 pontos. Já o vencimento julho/17 encerrou o dia cotado a 149,80 cents/lb com avanço de 220 pontos e o setembro/17, mais distante, teve ganhos de 215 pontos a 152,00 cents/lb.
Além do fortalecimento do mercado, depois do março/17 ficar abaixo de US$ 1,40/lb favorecendo os ajustes técnicos presenciados na sessão, pela manhã, o analista de mercado da Origem Corretora, Anilton Machado, apontou que após o vencimento das opções na próxima sexta-feira, alguns fundamentos altistas podem dar mais sustentação às cotações da commodity, como os baixos estoques e a safra 2017, que deverá vir menor do que no ano anterior.
A safra de café do Brasil neste ano será mais baixa por conta da bienalidade negativa na maioria das lavouras. A Cooxupé (Cooperativa Regional dos Cafeicultores em Guaxupé), maior do mundo, inclusive, prevê dificuldades para atender a demanda por café no Brasil nos próximos meses. A informação foi apresentada em coletiva de imprensa realizada na 16ª edição da Femagri (Feira de Máquinas, Implementos e Insumos Agrícolas).
Nas estimativas da Cooxupé, a safra deste ano do Brasil deve totalizar entre 45 e 48 milhões de sacas de 60 kg, uma quebra de até 17% em relação a 2016. A Conab (Companhia Nacional de Abastecimento) estima a safra 2017 do país entre 43,65 e 47,51 milhões de sacas do produto beneficiado, somadas as espécies arábica e conilon (robusta). Uma redução entre 15% e 7,5%, quando comparado com a produção de 51,37 milhões de sacas do ciclo anterior.
Mapas climáticos dos principais institutos meteorológicos do Brasil apontam que a chuva deve diminuir nos próximos dias nas áreas produtoras de café do país, após volumes expressivos registrados nos últimos dias. São esperados acumulados de até 20 milímetros. As precipitações chegam ao Espírito Santo, Zona da Mata de Minas Gerais e Bahia.
De acordo com dados do Cecafé (Conselho Nacional dos Exportadores de Café), os embarques de café do país totalizaram 2,56 milhões de sacas em janeiro, com receita de US$ 449,5 milhões. Em volume, houve uma queda de 8,7% em relação ao mesmo período de 2016. Foram 2,36 milhões de sacas de arábica e 22.118 sacas de robusta. Já os cafés industrializados tiveram 177.934 sacas embarcadas (sendo 174.743 sacas de café solúvel e 3.191 sacas de café torrado e moído).
A previsão do Cecafé, segundo relato de Marcos Matos, diretor geral da entidade, na Femagri 2017, é que os embarques de café verde do país ficarão entre 27 milhões e 28 milhões de sacas, pouco menos que as 29 milhões de sacas registradas no ano passado.
» Brasil exporta 2,5 milhões de sacas de café em janeiro de 2017
Mercado interno
Os negócios com café seguem isolados nas praças de comercialização do Brasil. Na região de Patos de Minas (MG), por exemplo, onde está baseado Anilton Machado, praticamente não há negócios, conforme relato do analista, com preços em torno de R$ 520,00 a saca. Ele considera que a ponta compradora e vendedora está estagnada.
O café tipo cereja descascado registrou maior valor de negociação no dia em Espírito Santo do Pinhal (SP) com R$ 550,00 a saca - estável. A maior oscilação no dia dentre as praças ocorreu em Guaxupé (MG) e Varginha (MG), ambas com R$ 540,00 a saca e alta de 0,93%.
O tipo 4/5 anotou maior valor de negociação em Guaxupé (MG) com 546,00 a saca e alta de 0,92%. A oscilação mais expressiva no dia ocorreu em Poços de Caldas (MG) com queda de 3,13% e saca a R$ 496,00.
O tipo 6 duro teve maior valor de negociação no dia em Araguarí (MG) (0,97%), Espírito Santo do Pinhal (SP) (estável) e Franca (SP) (+ 1,96%), ambas com R$ 520,00 a saca. A maior oscilação dentre as praças no dia ocorreu em Poços de Caldas (MG) com baixa de 4,94% e saca a R$ 481,00.
Na quarta-feira (8), o Indicador CEPEA/ESALQ do arábica tipo 6, bebida dura para melhor, teve a saca de 60 kg cotada a R$ 510,37 com alta de 1,31%.
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