Produtores de mandioca no PR ainda pagam dívidas de safra anterior

Publicado em 09/02/2017 07:41

Os produtores de mandioca da região Noroeste do Paraná afirmam que, apesar dos preços bons da safra atual, não têm o que comemorar. O motivo é que eles ainda pagam as dívidas do ciclo de 2015/16, quando os preços do produto caíram abaixo do custo de produção, devido à supersafra do período. 

Um deles, dos arredores de Paranavaí, conta que teve perdas de 30% no valor investido, enquanto o outro levou um prejuízo de R$ 2,5 mil por hectare plantado. Isso porque muitos arrendaram áreas para ter maior produção ou trocaram outras culturas pela mandioca, com o objetivo de aproveitar as cotações que chegaram a R$ 562,39 por tonelada na primeira semana de dezembro de 2013, de acordo com o Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea) da Universidade de São Paulo (USP). Com a normalização da oferta e a queda da demanda, que havia crescido pela seca no Nordeste naquele ano, os valores caíram até o patamar de R$ 124,15 em julho de 2015. Na ocasião, os custos de produção giravam em torno de R$ 200. 

O agricultor Denilson Alves Lima, de Alto Paraná, conta que pretende recuperar neste ano as perdas da safra anterior. "Tive um prejuízo de 30% ou mais e fiz dívidas que ainda não terminei de pagar", diz. Ele planta mandioca há 20 anos no sítio São Roque e afirma que não migrou para outro tipo de cultura somente porque é o que sabe fazer melhor. "É o que posso fazer. Hoje trabalho eu, meu filho, dois funcionários e presto serviço para colheitas de outros também." 

A maior parte da produção de Lima hoje é vendida para uma indústria e, cerca da metade dos 20 hectares onde planta, ele mantém para tentar vender para um preço melhor. "Existe um preço da região e o pessoal costuma pagar um valor igual, não adianta muito", reclama. 

Já Odilon Rodrigues, da mesma região, chegou a ter 33 hectares em 2015, entre área própria e arrendada. Hoje está com 24 hectares. "Levei um prejuízo de R$ 2,5 mil por hectare e tinha um crédito de custeio, que venceu, renegociei e ainda não terminei de pagar", diz. 

Leia a notícia na íntegra no site Folha de Londrina.

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Fonte:
Folha de Londrina

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