Cooxupé acredita que preços do café poderiam estar mais altos diante da perspectiva de queda na safra em 2017
GUAXUPÉ (MG) — A safra de café do Brasil que será colhida nos próximos meses será mais baixa por conta da bienalidade negativa das lavouras. Além disso, há relatos de problemas climáticos em algumas áreas produtoras do país e podas sendo realizadas. Diante desses fundamentos, Carlos Paulino, presidente da Cooxupé (Cooperativa Regional do Cafeicultores de Guaxupé), maior do mundo, acredita que os preços do grão deveriam estar mais altos do que os patamares registrados no momento.
"A produção de café desse ano será inferior a que tivemos no ano passado, todas as empresas que fazem avaliação da safra, sejam as públicas ou particulares, apontam isso. Esse número não vai ser suficiente para abastecer o mercado interno e exportação", disse Carlos Paulino em entrevista ao Notícias Agrícolas. Para ele, as cotações futuras do arábica deveriam estar em cerca US$ 1,60 por libra-peso. "Esse é um preço que se for ver já é muito barato para o consumidor final", ressalta.
O café arábica na Bolsa de Nova York (ICE Futures US) estava cotado na tarde desta quarta-feira em cerca de US$ 1,40/lb nos contratos mais próximos de vencer. Cerca de 10% mais baixos do que poderiam estar, segundo apontou o presidente da Cooxupé. Na segunda-feira (6), o Indicador CEPEA/ESALQ do arábica tipo 6, bebida dura para melhor, teve a saca de 60 kg cotada a R$ 507,90 com queda de 1,28%.
A Conab (Companhia Nacional de Abastecimento) estima a safra 2017 do Brasil entre 43,65 e 47,51 milhões de sacas de 60 quilos do produto beneficiado, somadas as espécies arábica e conilon. De acordo com o estudo, a previsão representa uma redução entre 15 e 7,5%, quando comparado com a produção de 51,37 milhões de sacas do ciclo anterior.
Em entrevista à Reuters, o superintendente comercial da Cooxupé, Lúcio Dias, estimou a safra de café do Brasil entre 43 milhões e 47 milhões de sacas. "Faz 14 anos que fazemos a mesma viagem pelas mesmas regiões produtoras, este foi um dos piores anos para os cafezais que observamos", disse Dias após cerimônia de abertura da Femagri.
» Cooxupé vê safra de café do Brasil inferior a expectativas após expedição técnica
Além das questões fundamentais, Carlos Paulino afirma que o cenário macroeconômico global também influencia nos preços do grão. "O café tem uma influência muito grande dos fundamentos e da questão econômica internacional. Existe uma instabilidade muito grande, uma incerteza do que vai acontecer no mundo com o governo americano, que está tomando medidas polêmicas. Diante disso, os investidores querem fugir do risco". Essas variáveis também impactam o câmbio.
Femagri 2017
Com o tema "Eficiência aumentando a rentabilidade e qualidade de vida", a feira espera receber 35 mil visitantes compradores, a maioria produtores de pequeno porte que sobrevive exclusivamente da agricultura familiar. A geração de negócios deve ser maior em relação ao evento do ano passado, quando o volume de negócios alcançou mais de R$ 120 milhões.
Serviço
Data: 08 a 10 de fevereiro de 2017
Horário: das 08h às 18h
Local: Av. Vereador Nelson Elias, 1300b - Bairro Japy, Guaxupé/MG
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