Café: Bolsa de Nova York estende perdas da véspera nesta 3ª feira e março/17 fica próxima de US$ 1,40/lb
As cotações futuras do café arábica na Bolsa de Nova York (ICE Futures US) fecharam no vermelho pela segunda sessão consecutiva nesta terça-feira (7) renovando as mínimas de quase um mês registradas na véspera e abaixo da média móvel de 200 dias. Os operadores no terminal externo seguem atentos às informações sobre a melhora do clima no cinturão produtivo do Brasil, mas o mercado também sente as vendas especulativas e indicadores técnicos depois de mostrarem fraqueza para avançar acima do patamar de US$ 1,50 por libra-peso.
Os principais vencimentos tiverem queda próxima de 150 pontos e o contrato março/17, referência de mercado, já está próximo do patamar de US$ 1,40/lb, e fechou a sessão de hoje a 142,60 cents/lb com 160 pontos de queda, o maio/17 anotou 145,05 cents/lb com desvalorização de 150 pontos. Já o vencimento julho/17 encerrou o dia cotado a 147,45 cents/lb com recuo de 140 pontos e o setembro/17, mais distante, teve perdas de 145 pontos a 149,75 cents/lb.
"A sessão foi marcada pela continuidade das vendas especulativas, que prevalecem no terminal desde a semana passada. O mercado está focado no vencimento de opções na próxima sexta-feira na ICE, o que pode fazer com que exista um direcionamento de preços para determinado intervalo. Com o vencimento das opções, a tendência é se buscar um nível entre 140,00 cents/lb até o final da semana", afirma o analista de mercado da Origem Corretora, Anilton Machado.
Nos últimos dias, o clima favoreceu lavouras de café arábica e robusta (conilon) em diversas áreas produtoras do Brasil e os operadores também precificaram isso no mercado. Essa condição, no entanto, deve mudar um pouco nos próximos dias. "Esses próximos 15 dias não devem ter tantas chuvas no Sul de Minas como nós tivemos no mês de janeiro, por exemplo, mas tem as pancadas. Então terá sol, calor e possivelmente no período da tarde e até comecinho da noite, as pancadas de chuva", afirma o meteorologista Climatempo, Alexandre Nascimento.
Após operar em alta durante o dia repercutindo as eleições na Europa, o dólar comercial fechou a sessão desta terça com queda de 0,28%, cotado a R$ 3,1172 na venda. A expectativa de entrada de recursos no país com a captação de empresas limitou os ganhos durante a sessão. No acumulado da semana, o dólar já caiu 0,2% em relação ao real. As oscilações no câmbio impactam diretamente as exportações da commodity.
Mercado interno
Os negócios com café seguem limitados nas praças de comercialização do Brasil. No início do ano, com preços mais altos, poucas transações eram realizadas nas praças de comercialização do país, e agora com preços mais baixos, o cenário prevalece. "As negociações seguem limitadas no Brasil, já que o interesse dos compradores se concentra em cafés de maior qualidade superior. Vendedores, por sua vez, têm negociado o arábica de maior qualidade apenas em patamares mais altos que os compradores estão dispostos pagar", disse o Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada, da Esalq/USP).
O café tipo cereja descascado registrou maior valor de negociação no dia em Espírito Santo do Pinhal (SP) com R$ 550,00a saca - estável. A maior oscilação no dia dentre as praças ocorreu em Poços de Caldas (MG) com recuo de 3,03% e saca a R$ 544,00.
O tipo 4/5 anotou maior valor de negociação em Guaxupé (MG) com 541,00 a saca e queda de 0,92%. A maior oscilação no dia ocorreu em Poços de Caldas (MG) com queda de 1,92% e saca a R$ 512,00.
O tipo 6 duro teve maior valor de negociação no dia em Espírito Santo do Pinhal (SP) com R$ 520,00 a saca - estável. A maior oscilação dentre as praças no dia ocorreu em Araguari (MG) com queda de 3,85% e saca a R$ 500,00.
Na segunda-feira (6), o Indicador CEPEA/ESALQ do arábica tipo 6, bebida dura para melhor, teve a saca de 60 kg cotada a R$ 507,90 com queda de 1,28%.
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