Café: É preciso aumentar a produção brasileira de conilon e não a produção do Vietnã e da Indonésia
No mercado físico brasileiro, os compradores diminuíram o valor de suas ofertas tentando repassar para os preços em reais a queda em Nova Iorque e a desvalorização do dólar. Os vendedores recuaram frente essas ofertas mais baixas e poucos negócios foram fechados.
Continuam as pressões para que o governo federal permita a importação de café conilon. Ontem, dia 2, o jornal Valor Econômico informou que este assunto chegou até o presidente Michel Temer: “O ministro da Agricultura, Blairo Maggi, disse ontem ao Valor que a decisão sobre a importação de café robusta foi adiada mais uma vez e ficará para a próxima terça-feira, dia 7. Segundo ele, o assunto chegou até o presidente Michel Temer, que determinou ontem que fosse feita mais uma tentativa de consenso com lideranças políticas e do setor produtivo do Espírito Santo, maior produtor de café conilon (variedade que pertence à mesma família do robusta) no país.”
Hoje circulou no mercado que o ministro Blairo Maggi deverá ir à FIESP – Federação das Indústrias do Estado de São Paulo na próxima segunda-feira, dia 6.
Também ontem, em entrevista ao programa Consultor Terraviva da TV Terraviva (grupo Band), Jorge Luiz Nicchio, presidente do CCCV – Centro do Comércio de Café de Vitória afirmou que existe café conilon suficiente no Brasil para suprir as indústrias brasileiras de café solúvel e torrado e moído até o início da próxima safra, que deve começar a entrar no mercado em dois meses. Segundo ele, nos últimos quinze dias foram comercializadas cerca de 500 mil sacas de conilon no mercado físico brasileiro. Os preços do conilon no mercado físico brasileiro recuaram esta semana para R$ 465/470 por saca.
O CNC – Conselho Nacional do Café se posicionou fortemente contra a importação de café, mas, infelizmente, seu “Balanço Semanal” – 30/01 a 03/02/2017, que circula hoje, não traz uma única linha sobre este importante assunto.
Em nossa opinião precisamos trabalhar para aumentar a produção brasileira de café conilon e não a produção do Vietnã e da Indonésia. Não será autorizando a importação de café do Vietnã e da Indonésia em cima da entrada da nova safra brasileira de conilon que estimularemos nossos cafeicultores a investir e aumentar nossa produção de café. Como já dissemos em vários boletins anteriores, é necessário que o Brasil caminhe rapidamente para safras médias de 60 milhões de sacas. O consumo mundial cresce acima de 1,5% ao ano e sem safras médias maiores não conseguiremos manter nosso “market share”. Os cafeicultores brasileiros precisam de segurança para investir. Não é hora de importar café verde.
Até dia 2, os embarques de janeiro estavam em 2.160,051 sacas de café arábica, 22.118 sacas de café conilon, mais 141.066 sacas de café solúvel, totalizando 2.323.235 sacas embarcadas, contra 2.085.238 sacas no mesmo dia de dezembro. Até o mesmo dia 2, os pedidos de emissão de certificados de origem para embarque em janeiro totalizavam 2.692.339 sacas, contra 2.908.832 sacas no mesmo dia do mês anterior.
Até dia 03, os embarques de fevereiro estavam em 119.210 sacas de café arábica, 960 sacas de café conilon, mais 2.084 sacas de café solúvel, totalizando 122.254 sacas embarcadas, contra 22.909 sacas no mesmo dia de janeiro. Até o mesmo dia 03, os pedidos de emissão de certificados de origem para embarque em fevereiro totalizavam 379.499 sacas, contra 243.874 sacas no mesmo dia do mês anterior.
A bolsa de Nova Iorque – ICE, do fechamento do dia 27, sexta-feira, até o fechamento de hoje, sexta-feira, dia 03, caiu nos contratos para entrega em março próximo 615 pontos ou US$ 8,13 (R$ 25,39) por saca. Em reais, as cotações para entrega em março próximo na ICE fecharam no dia 27 a R$ 636,07 por saca, e hoje dia 03, a R$ 603,79 por saca. Hoje, sexta-feira, nos contratos para entrega em março a bolsa de Nova Iorque fechou com alta de 30 pontos.
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